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Rir e Comer Bolachas

Do egoísmo

Reunimo-nos ontem para mais uma caminhada noturna. Está marcada para as 20h25 mas há sempre alguém que se atrasa uns minutos, não mais que isso, mas uma alminha, que raramente comparece, queixava-se do atraso. Que não tinha que esperar, que horários fizeram-se para cumprir, que quem chegasse atrasado devia ir atrás. O grupo não saiu enquanto não chegaram os habituais, não cedeu mas já se notava o desconforto, a pressa.

Com a chegada do tempo quente e dos dias maiores o grupo tem aumentado, o que aumenta também os diferentes níveis de resistência e é mais fácil o grupo separar-se em pequenos grupos, embora não nos dispersássemos muito, no entanto, ontem foi a rebaldaria total - houve os que correram mal apanhavam uma reta, houve os que tentaram acompanhar o grupo da corrida fazendo o passo de caminhada mais rápido possível, houve quem fosse por atalhos por não aguentar mais subidas e houve os que caminhavam sem mais objetivos que não caminhar. Meia hora depois do início e já estávamos todos separados, quarenta e cinco minutos depois já os percursos não eram os mesmo e, no final, não chegaram todos, alguns desistiram.

Na caminhada como na vida, o egoísmo (e a competitividade) são capazes de separar pessoas e levar algumas a não querer fazer o caminho todo.

Baixar a crista

O parto pode ser uma analogia para a adolescência- quer tu queiras, quer não, quer estejas preparada, quer não, vai acontecer. Vais ter que te desenrascar, que te reinventar, vais ter que dar a volta, porque vai acontecer. À semelhança do parto, quando começam as dores também não dá para dizer "ah e tal, afinal, paramos aqui com isto porque eu pensei melhor e quero desistir".

De qualquer forma, quero acreditar que o amor infinito que temos pelas nossas crias basta. Que não resolve sozinho as adversidades mas faz com que, mesmo por caminho tortuosos, os encaminhe, os guie e os segure nos trambolhões que têm que dar. E que nós temos que ver, porque as bolhas protetoras e invisíveis onde gostávamos de os guardar não existem.

Isto da maternidade é, também, uma lição de humildade.

Da vida

É curiosa a vida. Ora estamos com os pés na lama, sem fôlego nem motivação, a maldizer a sorte que nos calhou, ora tudo se alinha e começa a fazer um pouco de sentido. De repente, no meio do caos percebe-se uma ordem, ou um fio condutor, ou uma ideia aproximada de razão. Como se tudo fosse um equilíbrio, como se não fosse possível estar tudo mal, ou estar tudo bem. Tal como parece existir sempre uma pedra no sapato, também aparecem uns raios de luz naquilo que parece a nossa noite mais escura.

Não sei se a vida de toda a gente é assim, tenho sempre a sensação de que a minha anda mais rápido, transforma-se mais depressa. Tinha uma amiga com quem falava regularmente (não havia uma semana em que não lhe ligasse) e ela repetia sempre "tens sempre tantas coisas para contar". Realmente, haviam sempre novidades. Nem sempre agradáveis, nem sempre para melhor, mas que haviam, haviam.

Às vezes, as mudanças são boas. Às vezes, tudo se alinha para nos confortar, para sermos mais felizes, mais tranquilos.

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Tinha a alma cheia de mofo

Normalmente quando vejo uns dias de sol, temperatura mais quente e cheiro a primavera, dá-me logo vontade de abrir janelas e limpar humidades, lavar e estender roupa, enfim, deixar a casa a brilhar mas este fim de semana que passou, não. Só pensava em estar fora de casa, ver gente diferente, passear. E fui. Antes comprei bilhetes para ver os Commedia à La Carte e a seguir passei o sábado fora. Nem o pequeno almoço tomei em casa, foi gastar dinheiro até cansar mas nem quero saber! Quando regressámos já passava da meia-noite e soube-me pela vida, até me sentia outra, de alma lavada e mais preparada para uma semana de trabalho.
Limpeza da casa? Roupa para lavar? "Viste-li-a?"

Velha do restelo

Já aqui escrevi que, nos últimos tempos, há sempre alguém (corajoso) que me diz que envelheci. Ou que estou amarga. Ou que não sou optimista. Nunca consigo reagir bem a esta ideia, de que estou a envelhecer - e este envelhecer nada tem a ver com rugas e/ou flacidez, é no sentido de ter pouca paciência, ser rabugenta. Primeiro porque não me vejo assim, depois porque chamo outra coisa aquilo que vêem como "azia" ou "acidez".

Nestes 35 anos (uso sempre a calculadora agora, desde que me enganei na minha idade) a vida encarregou-se de me aviar, bem aviadinha, de lições e ensinamentos vários, sendo que o mais importante foi a técnica de filtragem. É tudo filtrado, e por filtrado quero dizer vedado, seja à minha vida, seja à atenção que dou, ou até à tolerância. Há coisas que já não aceito. Ponto. Porque sei ver para além da situação, ou da pessoa, já nada é ato isolado e, como tal, julgo a situação num todo. Exemplo - uma opinião (estúpida e que não foi solicitada) de um miúdo de 10 anos eu aceito e sei gerir, de alguém com a minha idade não - tem idade suficiente para distinguir o que dizer e quando. Não tem? Depois de uma resposta à altura, talvez venha a ter. Não que tenha por missão educar alguém, não, não tenho é que comer e calar.

Outra da coisas que me faz não aceitar certas coisas é medir tudo por mim, e isto, sim, é errado. Profundamente errado. E do caraças para corrigir. As outras pessoas não são eu, não agem como eu, não pensam como eu, logo, não tenho que comparar o que eu faria, seria, diria. Eu sou eu, os outros têm toda a legitimidade para serem como são. A mim cabe-me aceitar ou não. (É simples aqui, na dia-a-dia é do caraças...) Resultado - As pessoas não correspondem às minhas expectativas e eu desiludo-me, acabando por erradicá-las da minha rotina, e assim, da minha vida. Resultado II - Estar casa vez mais sozinha.

"Eras mais alegre, mais optimista" e mais inocente também, depois veio a vida e ensinou-me a ver tudo de forma diferente. Se calhar tenho que aprender novamente a rir sem motivo, a levar a vida na descontra, a pensar menos, enfim, a ser jóve e airosa ... Sugestões, há?

P.S - Começo já por meter aqui uma coisa fófinha e otimista.

"Quem muitos burros toca..."

"Quem muitos burros toca..." lá diz o velho ditado que algum deixará para trás, neste caso, foi o blog que tem andado assim para o quieto.

A vida, no entanto, quieta é que não fica, embora não saia do mesmo sítio. As férias escolares já começaram mas há as matriculas por fazer, os livros para comprar, o ATL, o leva-e-traz-da-casa-da-avó. As caminhadas continuam, ou melhor, começaram a ser frequentes (desde que a minha prima se voluntariou para me fazer companhia), e todos os dias tenho (pardon my french) merdinhas de saúde que me apoquentam e tiram o descanso: ou é a tensão, ou é a cabeça, ou o caneco. Arre!

Certo é que não se passa nada digno de relato aqui no estaminé, a inspiração já viu dias muito melhores, viagens só na minha imaginação e coisas giras para contar não tenho...

Não se passa nada, e assim foge a vida sem nos darmos conta. Faltam 5 meses para o Natal, já repararam?

 

 

Desorganizada em recuperação

Quando eu digo que preciso de mudar, preciso mesmo de mudar, não é apenas porque fica bem dizer ou porque mudou o ano. Sou desorganizada, preguiçosa, indisciplinada, desmemoriada, sei lá o que mais. Digo isto sem ponta de orgulho (como chego a ver em entrevistas dizerem entre sorrisos os seus "defeitos"), estas características tiram-me sossego, dinheiro e até autoridade - porque tenho um filho e ele vê o que eu faço mais do que o que eu digo, é educar por acções e não palavras. O facto de vivermos numa sociedade repleta de gente perfeita, bem-cheirosa, poupada, bem-vestida, instruída e que não vê o Peso Pesado, que nunca teve uma diarreia e com descendentes atléticos e todos no quadro de honra, não ajuda nada! Há dias em que sinto-me um traste. O caos. Felizmente há outros em que me estou a borrifar para as sociedades e mulheres perfeitas. E abanco no sofá até me doer os olhinhos.

MAS...

Hoje vou dar início a umas mudanças lá por casa, inspirada por este blog e por algumas ideias que vou tendo, ou lendo aqui e ali. Nada de fazer cair o queixo mas acredito que vai melhorar a minha qualidade de vida.

Depois venho aqui exibir-me, perdão, mostrar-vos.