Do egoísmo
Reunimo-nos ontem para mais uma caminhada noturna. Está marcada para as 20h25 mas há sempre alguém que se atrasa uns minutos, não mais que isso, mas uma alminha, que raramente comparece, queixava-se do atraso. Que não tinha que esperar, que horários fizeram-se para cumprir, que quem chegasse atrasado devia ir atrás. O grupo não saiu enquanto não chegaram os habituais, não cedeu mas já se notava o desconforto, a pressa.
Com a chegada do tempo quente e dos dias maiores o grupo tem aumentado, o que aumenta também os diferentes níveis de resistência e é mais fácil o grupo separar-se em pequenos grupos, embora não nos dispersássemos muito, no entanto, ontem foi a rebaldaria total - houve os que correram mal apanhavam uma reta, houve os que tentaram acompanhar o grupo da corrida fazendo o passo de caminhada mais rápido possível, houve quem fosse por atalhos por não aguentar mais subidas e houve os que caminhavam sem mais objetivos que não caminhar. Meia hora depois do início e já estávamos todos separados, quarenta e cinco minutos depois já os percursos não eram os mesmo e, no final, não chegaram todos, alguns desistiram.
Na caminhada como na vida, o egoísmo (e a competitividade) são capazes de separar pessoas e levar algumas a não querer fazer o caminho todo.