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Rir e Comer Bolachas

Do valor de cada coisa

Esta manhã o despertador tocou e eu parecia uma alucinada a tentar perceber o que era aquele som, quem era eu, onde estava, que dia era. Quando durmo, durmo mesmo, e ainda bem, acordei revigorada e a sentir-me gente. Uma noite bem dormida e eu sinto que tudo está bem no mundo, que o dia está maravilhoso e as pessoas são maioritariamente boas. Depois, aconteceu a vida. O mau humor de uns, a bipolaridade de outros ou a apatia, a falta de vontade em estar bem, vão contagiando o meu estado de espírito. Como dizem os brasileiros, cortando o meu barato, e eu fico duplamente mal disposta - por contágio e fula da vida por deixar-me influenciar.

Parece que é cada vez mais difícil encontrar pessoas equilibradas, minimamente de bem com a vida. Não digo que não é legítimo ter insatisfações, frustrações, dias menos bons, eu tenho e não são poucos, mas... E os outros? Os dias em que não faz vento e a temperatura está mesmo bem? Os dias em nos fazem um elogio só porque sim ou comemos o nosso prato favorito? Os dias em que acordamos sem dores e sem preocupações de maior? Será que os vivemos de forma tão acentuada como os maus? Não. Habituamo-nos ao que é bom e desvalorizamo-lo. Minimizamos o bom e damos ênfase ao mau. Possivelmente, é uma questão cultural, está enraizada na nossa maneira de ser, mas não deixa de ser triste.

Vivemos a olhar para o nosso umbigo, para aquilo que nos aborrece e esquecemo-nos de nos distanciarmos, de verificar que um mau dia é apenas um mau dia e não uma má vida. Esquecemo-nos que influenciamos os outros, à nossa volta, e que custa tão pouco fazermos melhor e fazermos bem a nós próprios, até fazendo bem aos outros.

Às vezes, para melhorar a disposição basta parar. Respirar apenas. Dar menos importância. Porque, feitas as contas, nenhum aborrecimento vale a pena.

 

Filosofias de bolso #2

Ter muito dinheiro muda as pessoas ou faz mostrar o verdadeiro carácter?

Eu acredito que as muda. Que lhes dá a sensação de poder, de propriedade, que lhes dá a última palavra porque quem tem dinheiro pode. Da mesma forma que a falta dele faz encolher as pessoas, que se sentem inferiores, menos válidas, com menos legitimidade.

Pelo sim, pelo não, continuo a dizer que gostava que me calhasse um prémio no euromilhões no limite até 200.000€ - o suficiente para pagar as minhas dívidas (a.k.a. casas), as dos meus irmãos e do meu gajo. O suficiente para andarmos todos tranquilos e vivermos do nosso trabalho. Ah! E férias dignas do nome, com água do mar quente e mojitos (ainda vão pensar que sou alcoólica) à sombra de uma palmeira.

Lembrei-me disto porquê? Foi-me prometido 100.000 euros se calhasse 50 milhões no jackpot de hoje do euromilhões a uma pessoa que trabalha comigo, a quem eu estava a dizer precisamente isto - não gostava que me calhasse muito. Já essa pessoa gostava e esbardalhava o dinheiro todo. Venha ele, que eu venho cá contar se acontece alguma coisa às pessoas ou não.

Diz que é uma espécie de amor

As histórias das pessoas são semelhantes, com enredos comuns, julgamo-nos muito diferentes mas, mais cedo ou mais tarde, todos experimentamos as mesmas sensações, os mesmos fracassos ou os mesmos sucessos, e conhecemos pessoas com quem nos identificamos mais ou menos, de resto, mais vale percebermos que somos todos iguais. Por isso é que não entendo quando me dizem que "nem toda a gente sente da mesma forma que tu" ou "nem toda a gente reage da mesma maneira". Não somos carneiros, nem seguimos em manada sem questionar o caminho mas, independentemente das diferenças na forma, o conteúdo é semelhante.

Que é como quem diz, não é importante que se conheça todas as particularidades de uma pessoa, para que se perceba o que sente, há coisas que são transversais a todas as pessoas, todas as idades, todas as circunstancias, principalmente, quando se gosta de alguém. Sem exceções.

 

CA MEDO!

Em menos de duas horas já ouvi duas histórias novelescas, a puxar para o macabro, de romances acabados - um príncipe perfeito, que se transformou em louco possessivo, e uma princesa que meteu as garras de fora para mostrar que é tudo dela, se não for dele não é de ninguém...

Uiiii.

É certo que nunca se conhece realmente alguém mas deu-me vontade de perguntar "Quanto tempo levaram a conhecer essa pessoa? Achavam mesmo que passado um mês já sabiam o suficiente para se mandarem de cabeça?"... Eu também o fiz, é certo, mas tinha idade para isso, hoje já sei que na febre da paixão é tudo maravilhoso, adrenalina e hormonas e tal mas, por baixo da rama, esconde-se o fundamental, o lado lunar como cantou Rui Veloso. Atenção às/aos solteiras/solteiros que lêem isto: não defendo que encontrem pessoas perfeitas, que não existem, mas sim, que se conheça o pior da pessoa para saber se conseguem lidar com isso ou não. Procurem o pior, a sério! Vai ensinar-vos muito mais, acerca do outro e de vós próprios também.

Se o Facebook fosse uma pessoa...

... estaria sempre disponível, que pode ser a sua melhor característica, sendo que o pior seria a sua indiscrição!

 

Tenho muita dificuldade em perceber a utilidade do Facebook. Como ferramenta de trabalho é excelente mas as pessoas utilizam-no para promover e divulgar a sua vida, como um diário aberto. Desde o 1º dente da criancinha ao divórcio do primo-que-foi-apanhado-com-as-calças-na-mão-e-que-a-mulher-soube-através-da-foto-em-que-o-vizinho-o-identificou...

Não me oponho a quem tem e utiliza, não critico e não condeno, quem sou eu para fazê-lo? Acho apenas que é um atentado à intimidade (claro que já ouvi a mesma opinião acerca dos blogues, embora não concorde).

 

Aquilo que me chateia mesmo é não poder concorrer à maior parte de passatempos e afins por não poder meter um like na página correspondente...

Das pessoas brutas

Quem me conhece bem, e quem mal me conhece também, sabe que consigo ser brutinha como as casas.

Ser bruta, ao contrário do que pensava e defendia, não é ser frontal, nem directa, nem assertiva, nem honesta, e muito menos brutalmente honesta como ouço dizer. Ser bruto/a é arremessar com a opinião na tromba das outras pessoas, sem que estas lhes tenham provocado mal, e por vezes nem opinião pediram; ser bruto/a é não fazer uso da educação que tivemos e esquecermo-nos que estamos a falar com uma pessoa e não temos dimensão do impacto que pode ter; ser bruto/a é forçar a outra pessoa a ouvir ou perceber o que queremos dizer.

 

E esta conversa vem de onde? - perguntam vocês. Sei lá, lembrei-me disto. Ando com falta de paciência para gente bruta.

Coisas que a Wikipédia não sabe (e muito menos eu)

Continuando em maré de perguntas, que há dias em que questiono tudo sem razão aparente.

 

E se aquela pessoa com quem falamos e nos identificamos tanto no blog fosse a mesma pessoa com quem não simpatizamos e vemos todos os dias à hora de almoço, por exemplo? Será que a veríamos da mesma forma? Será que ficaríamos contentes com as suas conquistas, será que a defenderíamos e tomávamos a sua posição num confronto qualquer? Ou deixávamos de a "ler" por não se enquadrar na pessoa que tínhamos formalizado na nossa mente?

 

O que faz com que aceitemos alguém que não conhecemos de forma tão espontânea, quando metemos tantos defeitos nas pessoas de carne e osso que conhecemos visualmente e não partilhamos nada das nossas vidas? Sentimo-nos seguros atrás do monitor? Como se frente a frente fosse diferente do que fazemos atrás de um monitor?

 

A net está cheia de pessoas interessantes, e boas, e cultas, e cheias de vida, de coisas interessantes para dizer. Curiosamente, ou não, as pessoas que conheço, visualmente falando, não me dizem nada e só falam da crise. Damn! Porquê?