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Rir e Comer Bolachas

Temos ou não temos a capacidade de mudar o que nos rodeia?

Há uns tempos, li algures uma frase que dizia qualquer coisa "muda o que pensas acerca das coisas e as coisas mudam" e aquilo fez sentido, encaixou. Decidi experimentar. Não é uma coisa que faça naturalmente mas vou tentando não viciar a minha opinião, não reagir por instinto, dar o benefício da dúvida e esperar para ver o que acontece. Acho que a única coisa que mudou foi mesmo a minha forma de ver as coisas. Admito que sou preconceituosa e tenho certas crenças, frutos de uma vida tão vivida, que me impedem de ver as coisas como são, mas sim, como eu acho que são e como vão acabar. Salto logo para o final, portanto. Decidi que não ia ser assim, ia ver tudo como se fosse pela primeira vez, se ficar na defensiva, de mente aberta.

De um modo geral, já posso dizer que as pessoas não mudaram mas eu sim, desde que me permiti ser mais simpática, mais bem disposta, sinto-me mais tolerante e mais tranquila. O senhor do supermercado já conta anedotas, o da bomba de combustível já "embirra" com qualquer coisa que faço só pela piada de me ouvir refilar e dizem-me, com frequência, que estou mais bonita, mais leve, mais solta, sem que eu pergunte ou comente alguma mudança em mim. Não é extraordinário?

Das mudanças

De cada vez que me dedico a uma nova resolução tenho que me refrear para não tomar várias de uma virada só. Não sei mudar uma coisa de cada vez, e depois acontece que são demasiadas e acabo por não conseguir nenhuma. Mas de vez em quando, lá consigo mudar um hábito, ou fazer coisas de forma diferente e acabo por concluir que umas mudanças levam a outras de forma quase natural. Um exemplo: decido frequentar um ginásio - quero ganhar saúde e perder peso. Essa resolução pode vir ou não acompanhada de "fazer dieta" mas, invariavelmente, eu não consigo dissociar uma da outra. De cada vez que faço uma aula e sinto nos músculos, na respiração e na consciência, o que me custa, na refeição seguinte já sou mais comedida. E, embora continue a sentir uma fome de loba, prefiro encher-me de salada do que bolachas de chocolate. Começo a sentir o sacrifício e penso que mais vale levar isto a cabo de uma vez e lá vou novamente ao ginásio, e começa o ciclo de novo. A mesma coisa vale para outras áreas da minha vida, a partir do momento em que me foco numa mudança, as outras acabam por acontecer, porque uma coisa leva a outra.

Estou longe, muiiiiiiiiiiito longe, de ser uma pessoa disciplinada e de força de vontade à prova de tudo, mas devagarinho houve coisas que mudaram e ficaram. Claro que me vão ver a comer uma alheira de vez em quando mas como com a consciência muito mais pesada...

Vinde lá outubro!

Esta manhã recebi uma sms da minha irmã (há gente que acorda cheia de genica e bom humor) a lembrar que hoje é o início de um novo desafio. Meu, dela e de uma prima - as gordas da família, perdão, as gordas em remissão. Ah e tal, mas vocês passam a vida nisso. E passamos, sim senhora, e recaímos muitas vezes, mas hoje é dia de copo meio cheio, e se é certo que falhámos muito, também é certo que conseguimos várias lutas. Talvez nunca tenhamos chegado ao objetivo final mas estamos muito longe do ponto em que começámos, em qualquer dos desafios que nos propusémos.

Hoje até o Sapo mudou... Só pode ser um sinal!:) (Quando tiver um tempinho, lá para 2016, também quero mudar o template. Está uma seca...)

Venha de lá esse outubro, somos 3. E de peso.

 

A diferença entre querer e fazer

Não sei se isto acontece a mais alguém mas em mim é comum, tão comum que chateia.

Há alturas em que me sinto descontente, chateada, aborrecida comigo mesma. Dizem que é falta de auto-estima mas eu penso que é outra coisa - não é que não goste de mim, quero é ser uma pessoa melhor.

Há coisas que gosto em mim e de que me orgulho mas depois há coisas que me dificultam a vida, e até as minhas relações interpessoais. Depois cai-me a ficha, dá-me uma epifania, crescem-me super-poderes e estou disposta a tudo... até começar a inventar desculpas, arranjar exceções ou, pura e simplesmente, esquecer-me e voltar a cair no erro.

Um exemplo do que estou a dizer é o peso e a dieta. Há 4 anos atrás eu tinha 55 kilos, a partir dessa altura uma sucessão de acontecimentos e um gosto pela comidinha da boa trouxeram-me até este estado. Muita vez eu disse que mudaria até que comecei a fazer realmente por isso. Por mais que negue, a verdade é só uma e é esta: nunca fiz por isso! Desmotivo-me porque não vejo resultados, e o esforço? O sacrifício? Zero. Se cansaço mental emagrecesse estaria um palito. Entrei numa espiral difícil de entender, e explicar, mas dei o primeiro passo para sair dela.

Há coisas que não posso mudar, coisas que transtornam a minha vida e comprometem o meu bem-estar mas aquilo que posso mudar é a forma como a essas coisas eu reajo. Vai haver atrasos, retrocessos, tentativas e erros neste processo mas começa hoje a minha responsabilização: eu sou responsável pela minha felicidade e definitivamente, quero ser uma pessoa mais feliz!

Será que muda?

Parece que a residente Bolacha Maria resolveu mudar. Eu acho lindamente. Acho ainda melhor o facto de nos avisar, que os mais distraídos não davam por nada... A mudança dela parece a minha dieta: tens tantos atrasos de início e/ou atrasos que é difícil perceber! {#emotions_dlg.evil}

 

Esta história de mudar, de resoluções, tem muito que se lhe diga, há uns itens que não se podem descurar, sob pena de arruinar a mudança, ou nunca levá-la a cabo. Um deles é saber o motivo da mudança - parece óbvio mas não é tanto assim, muitas vezes mudamos pelo bem-estar de outros. Quando mudamos por nós, para nosso benefício, é mais fácil não ceder á vontade de deixar tudo "na mesma", é fácil lembrar que o que motivou a vontade não modificou. Outro, igualmente importante, é perceber os nossos limites e não esperar que uma mudança surja de imediato (exceção feita a coisas que necessitem de corte brusco, como deixar de fumar) e que alcancemos a perfeição. Não somos perfeitos. Ponto. Mas podemos e devemos melhorar, temos essa obrigação como seres humanos, e mais ainda como cristãs e católicas, que é o nosso (meu e da Bolacha) caso.

 

Posto isto, vamos esperar para ver como se dá a mudança, ou a tentativa de mudança. Porque hábitos são difíceis de mudar mas o pensamento... é muitíssimo mais complicado. Mas cá estarei para revirar os olhos e puxar-lhe as orelhas! Cof, cof.