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Rir e Comer Bolachas

It's all about the money, money, money

Tenho um problema muito grande com o dinheiro, e ele comigo. Há meses em que nos damos lindamente, somos amigos e andamos juntos para todo o lado (talvez um mês por ano ou menos), e há os outros meses em que temos uma relação de amor-ódio, em que se me revoltam as entranhas por ter de lhe prestar vassalagem.

Aborrece-me que tudo gire à volta do dinheiro mas o facto é que gira mesmo. Até a minha boa disposição. E a (pouca) sanidade mental que mantenho... Ando muito bem disposta nos primeiros dias do mês mas, assim que as contas começam a chegar, lá se vão as boas intenções e resoluções de ser uma mulher de bem com a vida. É o ordenado a descer e a neura a subir.

Não tenho só um problema com o meu dinheiro (ou com a falta dele), tenho problemas com o dinheiro dos outros, por exemplo: quando me pagam alguma coisa fico sem jeito, não apenas na altura mas fico sempre com a sensação de que tenho que retribuir e que estou em falta até o fazer. Penso que tal pessoa tem mais dificuldades do que eu e que não é justo. Ou outra justificação qualquer até chegar à mesma conclusão - tenho que pagar igual, mesmo que seja um café. Podia sempre optar pelo clássico cada-um-paga-o-seu mas cheira-me sempre a sovinice, a mesquinhez. Também há a troca de géneros: uma colega de trabalho tem uma horta e alguns animais e eu sou uma glutona, logo, ela traz-me tudo e mais alguma coisa desde limões a frangos e eu nunca tenho nada para retribuir... Nem salsa consigo deixar crescer! Estou sempre em dívida e é horrível.

Não sei abordar estas coisas de forma natural, despreocupada, assertiva, de forma não-emocional. É só comigo que isto acontece? Se calhar aos 36 anos já devia ter isto resolvido...

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Filosofias de bolso #2

Ter muito dinheiro muda as pessoas ou faz mostrar o verdadeiro carácter?

Eu acredito que as muda. Que lhes dá a sensação de poder, de propriedade, que lhes dá a última palavra porque quem tem dinheiro pode. Da mesma forma que a falta dele faz encolher as pessoas, que se sentem inferiores, menos válidas, com menos legitimidade.

Pelo sim, pelo não, continuo a dizer que gostava que me calhasse um prémio no euromilhões no limite até 200.000€ - o suficiente para pagar as minhas dívidas (a.k.a. casas), as dos meus irmãos e do meu gajo. O suficiente para andarmos todos tranquilos e vivermos do nosso trabalho. Ah! E férias dignas do nome, com água do mar quente e mojitos (ainda vão pensar que sou alcoólica) à sombra de uma palmeira.

Lembrei-me disto porquê? Foi-me prometido 100.000 euros se calhasse 50 milhões no jackpot de hoje do euromilhões a uma pessoa que trabalha comigo, a quem eu estava a dizer precisamente isto - não gostava que me calhasse muito. Já essa pessoa gostava e esbardalhava o dinheiro todo. Venha ele, que eu venho cá contar se acontece alguma coisa às pessoas ou não.