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Rir e Comer Bolachas

Das mudanças

De cada vez que me dedico a uma nova resolução tenho que me refrear para não tomar várias de uma virada só. Não sei mudar uma coisa de cada vez, e depois acontece que são demasiadas e acabo por não conseguir nenhuma. Mas de vez em quando, lá consigo mudar um hábito, ou fazer coisas de forma diferente e acabo por concluir que umas mudanças levam a outras de forma quase natural. Um exemplo: decido frequentar um ginásio - quero ganhar saúde e perder peso. Essa resolução pode vir ou não acompanhada de "fazer dieta" mas, invariavelmente, eu não consigo dissociar uma da outra. De cada vez que faço uma aula e sinto nos músculos, na respiração e na consciência, o que me custa, na refeição seguinte já sou mais comedida. E, embora continue a sentir uma fome de loba, prefiro encher-me de salada do que bolachas de chocolate. Começo a sentir o sacrifício e penso que mais vale levar isto a cabo de uma vez e lá vou novamente ao ginásio, e começa o ciclo de novo. A mesma coisa vale para outras áreas da minha vida, a partir do momento em que me foco numa mudança, as outras acabam por acontecer, porque uma coisa leva a outra.

Estou longe, muiiiiiiiiiiito longe, de ser uma pessoa disciplinada e de força de vontade à prova de tudo, mas devagarinho houve coisas que mudaram e ficaram. Claro que me vão ver a comer uma alheira de vez em quando mas como com a consciência muito mais pesada...

Mais um ciclo (que se confunde com a chegada da primavera e a proximidade do verão)

Ia tendo um fanico quando me pesei no domingo. Há quase um ano comecei a dieta dos 31 dias, que foi o arranque necessário para perder cerca de 10 kgs até ao final do ano 2013. Já não me lembro bem quando foi mas sei que cheguei aos 58,900. Quando se perde tanto peso, e já não engordamos 500 grs com um ferrero rocher, a malta começa a esquecer-se de certas regras, a alarveirar de vez em quando, as pesagens são feitas só quando a culpa pesa mas esquecem-se quando se avista um belo petisco e pronto, lá começam as calças a apertar, os soutiens a não servir e as bochechas a crescer.

 

Ainda não é preocupante, tenho um peso acima do que devo mas nada comparado ao que já tive, de qualquer modo, decidi arregaçar mangas e iniciar um recomeço. Juntei as dietas todas, os detox da moda, as sementes maravilha, as papas de aveia e overnightoats, baralhei bem e decidi comer de forma saudável, regrada, sem dietas loucas e sem exageros. O plano inicial é sopa à noite, muita água e/ou chá durante o dia, diminuir nos habituais arroz, massa, batatas, insistir no frango e perú. Até aqui a coisa faz-se bem mas o meu problema são os lanches... É que eu almoço e fico bem mas duas horas depois começo a olhar para o relógio para ver se já "posso" comer. Um iogurte e uma fruta são coisas muito agradáveis mas sabem a pouco; gelatinas... já não as posso ver; rolinhos de fiambre e uma cenoura... epah, esqueçam lá isso. E o que eu sonho com doces, enquanto não como? Tenho que pensar em encaixar nos lanches as novidades dos detox, ou das sementes, ou da aveia. A verdadeira dificuldade da dieta, qualquer uma, é tudo menos as refeições.

 

Só este paleio todo já me fez uma fomeeee...

 

Num instantinho à pressa para dizer:

- Após 15 dias de dieta (deveria estar a meio mas vou prolongar a coisa...) o resultado foi MENOS 2,3 Kgs.

Foi excelente, dizem vocês. Pois foi. Mas eu agora fiquei gananciosa e queria mais é que isto desaparecesse num ápice... Pois, diz que demora mais um bocadinho. Mas a gente chega lá!

 

- A saga "Vizinhos" continua e vai-me enlouquecendo devagarinho. Ou nem tão devagar assim.

 

- O trabalho é muito, o tempo pouco e não chega para tudo.

O que eu ainda não disse sobre a dieta

- A pergunta "Já perdeste quantos kilos?" só é bem vinda se forem notórios uns vinte kgs a menos, caso contrário, é muito frustrante responder 500 gramas... ou nada.

 

- Quando me sinto desmotivada ou a resvalar para o quero-lá-saber-quando-morrer-vou-regalada basta-me agarrar em qualquer par de calças que uso diarimente e esticá-las em frente à tromba para ver o tamanho do meu rabo. Ou experimentar roupa numa loja com roupa gira e números pequenos. Ou ir buscar o miúdo ao ATL e ver outras mães com 1/3 da minha largura a fazerem uma corrida com os seus petizes. Ou tentar pintar as unhas dos pés.

 

- Comia mais do que pensava, e pior do que era suposto. Achava que não.

 

- Não sabia que o tomate era um fruto. (Quem diz a verdade... não merece ser gorda)

 

- Faço o mesmo em casa, apesar de fazer agora 40 minutos de caminhada diários. Os mesmos 40 minutos que antes ficava a descansar no sofá, depois de chegar e antes de começar a dança para jantar/banho/roupa/limpeza/almoço dia seguinte/etc. Quando não era a descansar no sofá, era a beber café com a minha irmã, ou no supemercado, ou outra coisa qualquer que podemos fazer antes, ou depois, e quem sabe até durante!

 

- NUNCA, mas NUNCA mais vou gozar com a pedalada da minha mãe. Que esperava por mim para não se distanciar tanto. Que não transpirou uma gota, enquanto eu molhei a t-shirt, o cabelo, os calções e fiquei vermelha como se fosse explodir. Tem 64 anos. Fizemos 4 kms.

Trocatintas, a salutar

Meti na cabeça que vou ser uma pessoa saudável e adotei uma postura diferente, não fiz muito alarido porque isto é como a história de Pedro e o Lobo, tantas vezes disse que já ninguém acredita.

A alimentação já andava mais regrada, consegui diminuir a quantidade e aumentar qualidade, bebo, pelo menos, 1,5l água por dia, mas o problema eram mesmos os doces (leia-se chocolate) e parece que resolvi o problema por um tempos. Comecei também a fazer exercício em casa: tenho um banquinho repousa-pés que agora faz de step e vejo um programa qualquer a subir e descer aquilo, e salto à corda. Não aguento muito tempo, começo a transpirar como se não houvesse amanhã mas acredito que vá melhorando...

 

Hoje vou iniciar uma nova modalidade: da porta do prédio até à arrecadação e voltar, e ir e voltar até aguentar. Ou até os vizinhos chamarem a polícia porque anda uma louca no prédio a subir e descer escadas. Sim, são só dois andares, e então? Para quem não levantava o rabinho do sofá tudo é exercício.

 

 

Nota: Quando deixei de fumar a minha melhor amiga disse-me que ia ficar com uma pela ótima, e blá, blá, blá... Nada, a não ser olheiras! Tão certas como o sol. Desde que me mexo, ando com as costas numa miséria... Cada vez que me levanto grito um Ai!