Eu quero, a sério que quero, mas a vida troca-me as voltas e eu tenho que adaptar-me. Não limpei o escritório, não limpei o quarto do miúdo (está doente e adiei) mas dediquei-me à cozinha.
A ideia inicial foi agarrar num contador de cozinha e não largar a cozinha enquanto aquilo não tocasse mas, claro, não correu bem assim. Porque:
1) estava doente de sono - não tinha dormido na noite anterior
2) distraio-me durante as tarefas
Definitivamente não sou uma pessoa focada.
Comecei pela louça do jantar, lavei tudo e enxuguei logo para não ficar a ocupar espaço na bancada. O armário onde guardo a louça fica ao lado da mesa de refeição, na sala, e dirigi-me lá para arrumar. Pousei as coisas na mesa para distribuí-las pelos sítios e reparei que a toalha tinha migalhas. Sacudi a toalha, vi mais migalhas atrás da mesa, varri as migalhas. Quando varri, encontrei uma pilha que pertencia ao comando e resolvi logo a questão - deixá-la onde pertencia. E dobrei as mantas do sofá. Voltei à cozinha.
Limpei a bancada, o fogão e meti detergente nas portas dos armários (adoro sopa mas o raio da panela de pressão suja as portas com o vapor...) . Deixei atuar e limpei. Ficaram catitas. Resolvi experimentar o detergente nos azulejos da cozinha. Dez minutos e algumas asneiras depois vi que não tinha sido uma boa opção... Limpei tudo novamente com limpa-vidros e até me posso maquilhar lá. Passei para o caixote do lixo. Pano húmido e detergente, nem demorou dois minutos. Passei para o móvel da tralha, só para o tampo (o resto ficará para outra altura) e limpei. Depois de limpo, olhei para as flores que estavam lá em cima. Aquilo já não eram plantas, só se estivessem mumificadas. Murchas e sem crescer, florir ou morrer de vez há meses. Temos pena. Já foste. Lixo com elas e vasos limpos. Mais vinte minutos nisto. Quando olhei para o relógio só queria dormir. Lavei o chão à pressa e fiz-me a vontade.
Faltaram as janelas e as gavetas de batatas e cebolas. Fica para sábado, durante a tarde.