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Rir e Comer Bolachas

Filosofias de bolso #1

(Suspeito que vou fazer uma longa coleção)

 

Atitudes geram atitudes, a falta delas também; Por conta disto algumas pessoas dizem adeus.
Clarisse Soares

Atitude gera atitude?

Há um tempo, numa conversa polémica que envolvia o atendimento ao público pela função pública, dizia-me a minha sobrinha mais velha que entrava sempre com um sorriso e nunca desarmava, mesmo que do outro lado estivesse a cara mais fechada do mundo, e que, regra geral, acabava por contagiar a outra parte, e provocava sempre um sorriso, ou uma gentileza. Eu, que não lido bem com antipatias, disse-lhe que não aguentava, que me estragavam logo o dia e era incapaz de continuar a sorrir feita otária. Ela insistiu que não, não devia desistir, porque atitude gera atitude, e mesmo que não conseguisse que a outra pessoa condescendesse, ela é que perdia porque tínhamos saído de lá mais satisfeitas.

A minha perspetiva é totalmente diferente, talvez por ser muito orgulhosa. Entro com um sorriso, sou educada e simpática e levo com um balde de água fria na tromba e lá se me vai a boa intenção! Sou lá capaz de continuar a sorrir (e a sentir-me tontinha)? Não. Falo o menos possível, meto o meu ar de segunda-feira de madrugada e não há cá simpatias para ninguém.

Mas estava capaz de fazer o teste, a bem da curiosidade científica. (Tenho é que comprar xanax antes...)

 

Comportamento gera comportamento

As Empresas estão a querer incentivar colaboradores a trabalhar mais e melhor. As mais endinheiradas optam por patrocinar eventos cujos oradores defendem a criatividade e energia para ultrapassarmos as dificuldades actuais, as que não têm dinheiro para isso, fixam objectivos. Muitos inalcançáveis, e lá se vai o empenho, mas isso são contas de outro rosário, voltando à "vaca fria", dizem estes oradores (acho que todos conhecem o Miguel do famoso "bater punho", é um deles, por ex.) que "comportamento gera comportamento" e que temos que ter boa disposição, energia, contrariar o fado que há em nós, a tendência para a desgraça, etc, e eu concordo com isto tudo. Mas depois meto-me cá a pensar para os meus botões, o facto de eu andar bem disposta vai fazer com que alguém também fique, por contágio, mas fará com que eu venda? Porque o problema, muitas vezes, não é falta de vontade de comprar, é falta de dinheiro. Ou de crédito. E aqui de que me vale a boa disposição? Nada. Tal como a má, dizem muito bem. Mas não resolve! E o que poderia resolver?, é a pergunta que se segue. A curto prazo não faço ideia! Não faço, admito. Espero que haja quem saiba, alguém com ideias e soluções válidas e responsáveis, quais treinadores de bancada. A médio/longo prazo ocorrem-me várias, e todas elas, provocam uma vontade quase irreprimível de obrigar toda a gente que conheço a meter em prática (e deve ser por isto que nunca chegarei muito longe:), que no fundo se resumem a duas, a saber:

 

1- Responsabilizar as pessoas para as suas acções e atitudes. Parece óbvio, não? Mas cada vez mais sinto o desleixo em quem trabalha, porque ganha mal, porque sai tarde, porque o patrão é do pior que há... Certo. E quem é mal atendido/servido tem culpa? As pessoas são livres; se têm de se sujeitar, aguentem-se ou reclamem onde e quando devem,mas, nada de trabalhar mal! Há gente que ainda não meteu na cabeça que recebe ordenado para desempenhar uma função! Tem um horário para cumprir, uma tarefa em mãos, e gente que depende dela, seja um cliente ou um colega de profissão. Quantas pessoas podem ser prejudicadas só porque alguém esteve a socializar no Facebook?? Deviam ser conscientes. Se não são, terão de ser responsabilizados por isso. Já chega de encolher de ombros, e de deixa andar.

 

2- Respeito. Respeito pelos funcionários, como se exige respeito pela entidade patronal, respeito pela sua família, pelos seus horários, pela sua própria vida que há-de mais muito mais além que a sua actividade profissional. Um trabalhador contente é mais produtivo do que um descontente, por mais ameaçado que se sinta. Ponto.

 

Se comportamento gera comportamento, vamos começar pela raiz do problema e sermos todos mais responsáveis e eficientes. E baixar as orelhas quando nos apontarem algum erro em vez de nos desculparmos com o buraco do ozono e com a crise, e humildemente, aprender a fazer mais e melhor.