Da falta de brio
Logo no início da manhã de hoje tive que falar de forma mais áspera com alguém que trabalha em outra empresa mas que interfere diretamente com o meu trabalho. Não gosto de o fazer mas também não gosto de falta de brio no que se faz. Faz-se porque é assim, porque mandam, porque são as normas e pronto, mesmo que não esteja certo, não faz mal porque nada disto é nosso... Depois de uma troca acesa de argumentos a situação resolveu-se, o que prova que não era dificil, ninguém foi despedido, não houve nenhuma catástrofe, era só mesmo má vontade ou, pior ainda, falta de vontade de fazer melhor. É triste.
Já depois de me ter esquecido disto, vou ao supermercado e sou atendida por uma senhora de mal com a vida - mal falava, sem sorrir e a manusear as coisas como quem as quer atirar para bem longe, ou à cabeça de alguém. O meu instinto foi pensar que ganha mal, está ali contrariada, provavelmente, foi um mau dia. Coitada. Só que não. Eu não trato ninguém mal só porque o dia não está a correr ao meu gosto. Se for ao hospital também espero que o médico não se deixe influenciar pelos seus problemas, ou troque a minha ficha porque se apaixonou e está distraído. Espero que tenha brio, e se distancie da sua vida pessoal e vontade.
Falta brio, senhores. Falta gosto no que se faz. Falta pensar que se está a prestar um serviço a alguém. A trabalhar para os outros. E, não estando satisfeitos com a vida que levam, existe sempre escolha de uma nova.