Apanhar o fio à meada
O meu pai está há 15 dias numa unidade de cuidados continuados. Espera-se que esteja lá 90 dias, eu já fico satisfeita se ele se aguentar por lá uns 60... Aquele homem não nasceu para estar fechado e a alcunha dele faz sentido, embora não tenha sido essa a razão de lhe darem uma alcunha com nome de pássaro.
A primeira impressão que tive daquilo foi terrível, tive vontade de o trazer para casa mas não podia - é a única hipótese que tem para voltar a andar, e isso vale alguns (todos) sacrifícios. As instalações são óptimas, a equipa de enfermeiros e médicos também mas o pessoal auxiliar deixa um bocadinho a desejar, não é que façam um mau serviço (às vezes fazem) mas falta-lhes sensibilidade. Fico sempre com a mesma sensação que tenho em supermercados ou outros sítios que tal, onde sinto que sou atendida sem gosto mas por obrigação. Não é que tratem mal, é apenas não destratar. Fazer os mínimos exigidos, tipo robot e sem gosto. Não recebem um ordenado que lhes dê alento, possivelmente. Mas isso já sou eu a divagar... O que interessa é que está acompanhado, com equipamentos necessários à recuperação. E assim, os 100 kms que fazemos todos os dias para ir vê-lo parece que nem custam tanto.