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Rir e Comer Bolachas

Baixar a crista

O parto pode ser uma analogia para a adolescência- quer tu queiras, quer não, quer estejas preparada, quer não, vai acontecer. Vais ter que te desenrascar, que te reinventar, vais ter que dar a volta, porque vai acontecer. À semelhança do parto, quando começam as dores também não dá para dizer "ah e tal, afinal, paramos aqui com isto porque eu pensei melhor e quero desistir".

De qualquer forma, quero acreditar que o amor infinito que temos pelas nossas crias basta. Que não resolve sozinho as adversidades mas faz com que, mesmo por caminho tortuosos, os encaminhe, os guie e os segure nos trambolhões que têm que dar. E que nós temos que ver, porque as bolhas protetoras e invisíveis onde gostávamos de os guardar não existem.

Isto da maternidade é, também, uma lição de humildade.

Os cães ladram e a caravela* não passa

Eu não sei brincar a isto. Ser mãe para algumas pessoas é tão natural como respirar, para mim, não. Não é natural e é uma fonte (aparentemente inesgotável) de dúvidas. Toda eu sou dúvidas.

Também, aparentemente, não estou a fazer um trabalho nada exemplar, nada fantástico, nada que se veja. Caramba! Isto é mesmo, mesmo, mesmo difícil. Raios me partam se não faço daquele miúdo um miúdo à maneira!
A partir de hoje mudam as regras todas lá de casa, possivelmente, até as minhas tenho que mudar. Nunca fui muito de regras rígidas mas está na hora de mudar isso - havemos de mudar até acertar ou, na pior das hipóteses, até ele ter  casa própria e mandar à fava as regras da mãe.

Se calhar isto era o que a minha mãe dizia quando a adolescente era eu mas tenho a sensação de que os miúdos hoje andam parvos do que nós com a mesma idade. Ou com mais tecnologia para usar a parvoíce.

 

*caravela, e não caravana, em homenagem ao Jorge Jesus (também conhecido por assassinar provérbios)

(À espera que eu mude)

Tenho 36 anos, tanta coisa já vivida, e fico parva como ainda me preocupo tanto com aquilo que pensam da minha pessoa... Ainda me justifico, ainda explico porque faço o que faço e como faço e ainda me pesa a consciência cada vez que digo não. Ainda preciso que me passem a mão pela cabeça e que me digam que sim, que fiz bem, que estou certa. Ainda me questiono se faço bem ou não se ouço opiniões contrárias à minha, mesmo depois de as ter defendido por ser aquilo em que acredito. Ainda preciso de colo, ainda me sinto sozinha, ainda tenho a auto-estima pelos tornozelos e ainda espero que me tratem como trato os outros. E revolta-me as entranhas que assim seja.

Ja agora, deixa-me cá opinar também...

Anda aí a circular um video de adolescentes a agredir outro e toda a gente tem opinião. Eu também tenho, a saber:

- como mãe de um adolescente ficava fora de mim, quer fosse a mãe do agressor, quer fosse mãe do agredido; não sei como reagiria mas não ia ser nada bonito de se ver...

- acredito que os miúdos são reflexo do exemplo que têm em casa (forma de pensar, forma de agir, valores, etc)

- acredito, também, que o meio (amigos, principalmente) também influenciam a personalidade

 

Contra mim falo, como mãe de um adolescente que me tem dado que fazer, mas acredito realmente que os miúdos aprendem com os pais. Nem sempre pelo que é dito mas pelo que é mostrado. Conheço pais que são verdadeiros energúmenos - ODEIO ir ver os jogos de futebol do meu filho porque os pais deixam-me nauseada com tantos bitaites que dizem, seja contra o árbitro, seja contra os própios filhos ou colegas dos mesmos, esquecendo-se que aquilo é lazer. E mesmo que fosse profissional, há limites. E no trânsito? E nas filas de supermercado? E no trabalho?

Os adultos que ouvi hoje comentarem a atitude dos miúdos deviam meter a mão na consciência e olhar para o que fazem, porque é connosco que eles aprendem. Sim, connosco. Comigo também. E, espero, que tanto ralhete que o meu leva o encaminhe para se tornar um ser humano respeitador dos outros, tolerante e justo. Se isso não acontecer, falhei redondamente na minha obrigação.

Dos pesadelos

Como é que se tiram da memória imagens dos pesadelos que tivemos durante a noite? Como é que se apagam os flashes que vão aparecendo?

A imaginação fértil que me leva a sonhar com tudo e mais alguma coisa, dignos de um guião para uma ou mais séries, também faz pequenos filmes de terror, de um sofrimento atroz. Já tentei ignorar o assunto mas não adiantou, mesmo hoje, que está a ser um dia de ritmo alucinante, as imagens teimam em aparecer. Talvez assim se faça a catarse e se arrume o assunto.

 

Em modo Trabalhos Manuais

Tenho tendência para gostar de fazer coisas para as quais não tenho jeito nenhum, uma delas é aquelas coisa muito fixes que vejo para aí no Pinterest - DIY (ou Faça Você Mesmo). Não sou uma pessoa habilidosa, daquelas que fazem qualquer coisa parecer fácil. Se acabo por conseguir o mesmo efeito é apenas à custa da teimosia e até de caminhos mais complicados que o original.

Há uns tempos vi um candeeiro de cordel pelo qual me apaixonei perdidamente. Parecia razoavelmente simples (com a ajuda do meu gajo, que é bem mais habilidoso que eu) e comecei logo a procurar os materiais. Precisava de uma bola de praia, daquelas insufláveis, grandes, daquelas que, pensava eu, havia em todo o lado. Procurei tudo, nunca encontrei. Haviam golfinhos, colchões, baleias, dinossauros, almofadas, mas bolas não! Já tinha perdido a esperança de encontrar até que vi uma dessas bolas na Tiger. Comprei logo. O tamanho é menor do que eu gostava mas nem vou dar importância a isso - este fim de semana vou fazer um candeeiro! Gostava que se parecesse com este, que ficou mesmo, mesmo como eu gosto:

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via www.arteemanha.net

 

 Comprei fio de algodão mais escuro porque não queria branco-branco e já gastei 9,50€. Vamos ver o que isto dá.

 

Da vida

É curiosa a vida. Ora estamos com os pés na lama, sem fôlego nem motivação, a maldizer a sorte que nos calhou, ora tudo se alinha e começa a fazer um pouco de sentido. De repente, no meio do caos percebe-se uma ordem, ou um fio condutor, ou uma ideia aproximada de razão. Como se tudo fosse um equilíbrio, como se não fosse possível estar tudo mal, ou estar tudo bem. Tal como parece existir sempre uma pedra no sapato, também aparecem uns raios de luz naquilo que parece a nossa noite mais escura.

Não sei se a vida de toda a gente é assim, tenho sempre a sensação de que a minha anda mais rápido, transforma-se mais depressa. Tinha uma amiga com quem falava regularmente (não havia uma semana em que não lhe ligasse) e ela repetia sempre "tens sempre tantas coisas para contar". Realmente, haviam sempre novidades. Nem sempre agradáveis, nem sempre para melhor, mas que haviam, haviam.

Às vezes, as mudanças são boas. Às vezes, tudo se alinha para nos confortar, para sermos mais felizes, mais tranquilos.

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Querido Karma

Perdoa-me se às vezes sou impaciente e injusta. Sei que te chamei uns nomes feínhos, e tudo, e tudo, mas era porque tinha deixado de acreditar na tua eficácia. Achava mesmo que não vias o que devias, ou vendo, estavas a borrifar-te para o assunto. Agora isso acabou, vamos encetar aqui uma nova fase. Ainda tenho medo de dizer alto (não vá a má sorte ouvir) mas parece-me que, finalmente, estamos a acertar agulhas.

Que lixem os limões e as lições, venham mojitos e tempos tranquilos, estou a postos!

Às minhas amigas que têm peito pequeno:

aproveitem-no bem.

(Não, não fica melhor na roupa)

-Quando visto uma camisa sinto-me o Hulk

- A gravidade é tramada. Além da dor que provoca nas costas, tenho a sensação de que, algum dia, vão chegar aos joelhos

- Os homens com quem falo apenas uma vez não sabem de que cor são os meus olhos, se tenho ou não acneu juvenil, ou se tenho verrugas na ponta do nariz.

- Quando como bolachas as migalhas ficam "na prateleira"

- Há anos que não vejo a minha barriga

- Tenho que ser informada se tenho nódoas nas t-shirts do meio para baixo (também não consigo ver)

- Na praia, antes de me deitar na toalha, faço dois buracos na zona do peito para não magoar

- Durmo com um braço por baixo do peito, para ajudar a dividir o peso do corpo

- Quando corro visto dois, D-O-I-S, soutiens de desporto

- Só consigo comprar bikinis se venderem tamanhos separados, senão fico com uma cueca do tamanho da Amazónia

- Não adianta pedir para me trazerem bikinis do Brasil. O GGG não é suficiente para me sentir confortável

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 Acho que dá para ter uma ideia, não?