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Rir e Comer Bolachas

Em pausa

Este blog foi criado com um propósito que foi servido fora do tempo e, entretanto, foi sendo mantido pelo gosto de escrever embora, à semelhança de bricolage e afins, não tenha qualquer talento para o fazer. O problema é que falta-me tempo, paciência e motivação para continuar... Cheguei à idade dos porquês e não encontrei resposta para o blog (já pouco rio e não posso comer bolachas) de maneira que, para não fechar de vez este sítio, vai ficar em pausa. Por agora, prefiro ler.

Do egoísmo

Reunimo-nos ontem para mais uma caminhada noturna. Está marcada para as 20h25 mas há sempre alguém que se atrasa uns minutos, não mais que isso, mas uma alminha, que raramente comparece, queixava-se do atraso. Que não tinha que esperar, que horários fizeram-se para cumprir, que quem chegasse atrasado devia ir atrás. O grupo não saiu enquanto não chegaram os habituais, não cedeu mas já se notava o desconforto, a pressa.

Com a chegada do tempo quente e dos dias maiores o grupo tem aumentado, o que aumenta também os diferentes níveis de resistência e é mais fácil o grupo separar-se em pequenos grupos, embora não nos dispersássemos muito, no entanto, ontem foi a rebaldaria total - houve os que correram mal apanhavam uma reta, houve os que tentaram acompanhar o grupo da corrida fazendo o passo de caminhada mais rápido possível, houve quem fosse por atalhos por não aguentar mais subidas e houve os que caminhavam sem mais objetivos que não caminhar. Meia hora depois do início e já estávamos todos separados, quarenta e cinco minutos depois já os percursos não eram os mesmo e, no final, não chegaram todos, alguns desistiram.

Na caminhada como na vida, o egoísmo (e a competitividade) são capazes de separar pessoas e levar algumas a não querer fazer o caminho todo.

Ainda na novela Fada do Lar,

pintar uma divisão nunca é apenas pintar uma divisão (até porque decidi pintar mais três), é desarrumar tudo, encontrar coisas que já nem sabia que existiam, é enfiar tudo numa divisão que não vá ser pintada e depois ao contrário - voltar à divisão, arrumar tudo, separar o que é para deitar fora/dar/guardar novamente.

Quando me der a travadinha e decidir ser uma mulher emancipada, dona do seu nariz e capaz de fazer tudo sem ajuda, é favor aviarem-me uma marretada no focinho.

Depois de três horas sentada na banheira

... e com os dedos indicadores com cortes, da lâmina que tirei do x-ato, o raio da banheira ficou com o silicone novo. Não ficou como eu gostava mas ficou muito melhor. Com aspeto limpinho.

A uem interessar:

- não custa nada meter o novo, desaparecer com o velho é que é tramado (consegui lascar 2 azulejos)

- a embalagem dizia "secagem rápida" mas demorou dois dias a secar (talvez por não ter janela)

- é preferível silicone transparente, eu escolhi branco e tive que fazer um risco o mais perfeito possível, embora em certos sítios pareça um relatório sísmico

 

E é isto. Tanta tecnologia disponível para tudo e não há um produto químico que desfaça o antigo...

Espero ter menos 3 kgs na segunda-feira!

Estou a experimentar uma nova dieta, chama-se "mandei pintar a casa" ou "dança dos cacarecos num pequeno T3". Já há bastante tempo que queria pintar o quarto do Dinis e foi desta - mandei pintar, porque era necessário um trabalho mais a puxar para o profissional do que para trabalhos manuais do 3º ano. Ora, como não é possível pintar a totalidade da parede sem arredar móveis, lá andou a galega a empurrar daqui e puxar dali para deixar tudo no meio da casa, só que não. Não deu e tive que espalhar os cacarecos pelo resto da casa. Ah, mas antes de empurrar móveis, é necessário despejá-los. Diz que a coisa fica empenada se assim não for.

É incrível a quantidade de tralha que um puto de 13 anos consegue acumular. Jogos, livros, brinquedos, puzzles, cadernos, fisgas, fones, latas, garrafas, revistas, futebol e mais futebol. A sério. Ia tendo um fanico. Não sei o que vai voltar aquele quarto mas desconfio que vai ser natal na loja social aqui da vila... Ele gosta de guardar coisas que, supostamente, lhe lembram coisas boas, e eu percebo, mas terá que fazer escolhas. A mim também custa desfazer-me dos livros que ele leu, mal começou a aprender, mas analisando friamente... Vai ter alguma utilidade? Provavelmente não. E a nostalgia ocupa muito metros quadrados lá em casa, sem pagar renda.

Coisas de que ninguém fala e preciso saber

Vale a pena comprar removedor de silicone-todo-bafiento-e-escuro-nojento?

Ontem tentei pela via artesanal a.k.a raspar com uma faca afiada (que, afinal, não era assim tão afiada) e aquilo dá uma trabalheira, e desconfio que não sai na totalidade ou vem lascas da banheira atrás. Já alguém experimentou o removedor? Compensa?

Agradecida. Já não consigo tomar banho descansada sem tirar aquilo primeiro. Deve ser da idade.

Sabes que há alguma possibilidade de adormecer em pleno horário laboral

Quando sopras o telemóvel e escaldas a língua com o café.

Até entrar na cama eu tenho sono. Tenho tanto sono que até me custa um raciocínio tão complexo como somar dois mais dois, depois entro na cama e, se não adormeço nos dez segundos seguintes, não consigo adormecer. Volto-me para um lado, volto-me para o outro. Fecho os olhos e penso que preciso é de relaxar, que isto é tensão acumulada, e assim que penso em tensão acumulada começam as dores no pescoço e zona dos ombros e tento afastar o pensamento para outra coisa qualquer. Concentro-me na respiração e tento sossegar mas imediatamente lembro-me que me esqueci de qualquer coisa fundamental e levanto-me. Já que estou de pé, aproveito para comer - tinha ali um ratinho que também não ajuda a sossegar. Deito-me. Viro-me e fecho os olhos. Começo a ouvir os barulhos do andar de cima. Nitidamente, ouço um homem a fazer xixi (sim, distingue-se, acreditem) seguido de descarga de autoclismo sem que se ouça o barulho da torneira... (Blhéca!) Abre gaveta, fecha gaveta, fecha os estores. Distraio-me a pensar que as pessoas são badalhocas e eu aperto as mãos desta gente (não destes vizinhos mas de pessoas que não sei se lavam as mãos), para cumprimentar, e ainda não larguei o vício de roer as unhas. ( Ca nojo) Vou deixar de roer as unhas! Que vício mais infantil. E viro-me para o outro lado. Inspira e expira lentamente, para ver se dormes. Que horas são? Xinapá, amanhã vai ser um circo para me levantar... E ouve-se o portão da garagem a abrir e penso que é a vizinha que trabalha por turnos, e penso que deve ser tramado chegar a casa tão tarde, já com os filhos deitados e a viverem horários trocados e vejo que, afinal, a minha vida até é simples, há piores e tal. E começa, assim, mais uma noite de pensamentos parvos e poucas horas dormidas.

Não sei se foi milagre nem quantos dias dura

... mas o miúdo ontem estava transformado. Calmo, bem disposto, conversador, como se tivesse sido assim nos últimos tempos.

Costumo lanchar quando chego a casa, com direito a sentar e relaxar, e ele aproveitou a pausa para me convidar a ver uma série nova com ele, respondi logo que sim, embora deixasse de ir à caminhada por causa disso. Não me arrependi nada, o episódio foi uma seca e previsível mas eu estava a gostar da companhia. Eu sei que isto foi por ter levado um "apertão" valente, não há cá milagres, e não vai durar muito, só até esquecer-se e precisar de outro, mas estou a aproveitar enquanto dura.

Agora apetece-me futilidades. Acho que até vou maquilhar-me e tirar estas olheiras até aos joelhos.

Nota - Se a minha soubesse disto que escrevo dizia "ele tinha era falta de atenção"... Não, não era. Os avós não percebem nada da educação dos netos. Os avós são especialistas no mimo, nas exceções, na tolerância, não na educação que exige regras. Já perceberam dos filhos, e muito, mas quando chegam aos netos, trocam-se todos e a culpa é sempre dos pais, que vivem stressados e não lhes dão atenção suficiente (mesmo que olhem para eles 24h/dia, estejam sempre disponíveis para tudo e mais um par de botas e os conheçam como ninguém)

Os heróis do (meu) secundário

Têm uma vidinha de merda, perdão, têm uma vidinha triste. As raparigas populares, giras, atrevidas e muito adultas para a idade (cujos pais deixavam fazer tudo) aos 20 já estavam com filhos pelas mãos e a viver do rendimento mínimo; os rapazes populares, giros, rebeldes, aos 20 já andavam a meter para a veia ou a trocar as noites pelos dias, bêbedos que nem cachos, sustentados pelos pais porque nem um emprego conseguiram manter.

Agora vou sossegar com a adolescência e retomo a vidinha normal.

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