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Rir e Comer Bolachas

Querem dar cabo de mim

Eu a querer ficar no sofá, a apreciar não sei quantos canais e o silêncio da casa, e a minha querida irmã a querer que eu vá mexer o rabo. Ele é spining, ele é caminhada, step e o caneco, agora alistou-se (leia-se "alistámo-nos" - ela voluntariamente, eu nem por isso) num grupo de caminhada ou corrida noturna. Obviamente que corrida está fora de questão (se calhar daqui a um ano estou a fazer meias maratonas, pelo ritmo que a coisa vai...), faremos caminhada mas são 8 Kms! Oito... A vila é realmente bonita e tal, e é à noite, e o grupo é grande mas 8(!!) Kms??

E agora perguntem lá... Já perdeste muito peso? Não. Nem 100 gramas. E estás mais firme, mais tonificada? Errrr... Não. Só cansada. Conta?

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Deve ser para isto que serve a noite

Às vezes, mas só às vezes, gostava de poder parar o mundo, parar a minha vida, meter tudo em modo pause só para eu poder parar um bocadinho e assimilar tudo. Com tempo. À minha velocidade. Em silêncio e sem ruído de fundo. Com toda a disponibilidade para arrumar os assuntos em caixas, separados, com devidas etiquetas e com plano de ação ou estratégia definidos. Às vezes, tudo parece a gota de água que vai fazer transbordar o copo e sinto-me ali, na vertigem, no fio da navalha, como se tudo dependesse de mim, da minha capacidade de resposta, da minha capacidade de resposta. Ser mãe é um pouco assim, eu acho. Ser engolida pelas responsabilidades, pelo medo de falhar e ter a sensação permanente de não saber o que se anda a fazer. E como não sei o que ando a fazer, não sei se estou certa e continuo ou se estou errada e mudo o rumo...

Mas é tudo a trick of the mind, nem estou no fio da navalha, nem tenho que decidir toda uma vida num só dia, o de hoje. O caminho faz-se caminhando e eu estou tão preocupada com a chegada que nem vejo a paisagem.

 

Das mudanças

De cada vez que me dedico a uma nova resolução tenho que me refrear para não tomar várias de uma virada só. Não sei mudar uma coisa de cada vez, e depois acontece que são demasiadas e acabo por não conseguir nenhuma. Mas de vez em quando, lá consigo mudar um hábito, ou fazer coisas de forma diferente e acabo por concluir que umas mudanças levam a outras de forma quase natural. Um exemplo: decido frequentar um ginásio - quero ganhar saúde e perder peso. Essa resolução pode vir ou não acompanhada de "fazer dieta" mas, invariavelmente, eu não consigo dissociar uma da outra. De cada vez que faço uma aula e sinto nos músculos, na respiração e na consciência, o que me custa, na refeição seguinte já sou mais comedida. E, embora continue a sentir uma fome de loba, prefiro encher-me de salada do que bolachas de chocolate. Começo a sentir o sacrifício e penso que mais vale levar isto a cabo de uma vez e lá vou novamente ao ginásio, e começa o ciclo de novo. A mesma coisa vale para outras áreas da minha vida, a partir do momento em que me foco numa mudança, as outras acabam por acontecer, porque uma coisa leva a outra.

Estou longe, muiiiiiiiiiiito longe, de ser uma pessoa disciplinada e de força de vontade à prova de tudo, mas devagarinho houve coisas que mudaram e ficaram. Claro que me vão ver a comer uma alheira de vez em quando mas como com a consciência muito mais pesada...

Filosofias de bolso #2

Ter muito dinheiro muda as pessoas ou faz mostrar o verdadeiro carácter?

Eu acredito que as muda. Que lhes dá a sensação de poder, de propriedade, que lhes dá a última palavra porque quem tem dinheiro pode. Da mesma forma que a falta dele faz encolher as pessoas, que se sentem inferiores, menos válidas, com menos legitimidade.

Pelo sim, pelo não, continuo a dizer que gostava que me calhasse um prémio no euromilhões no limite até 200.000€ - o suficiente para pagar as minhas dívidas (a.k.a. casas), as dos meus irmãos e do meu gajo. O suficiente para andarmos todos tranquilos e vivermos do nosso trabalho. Ah! E férias dignas do nome, com água do mar quente e mojitos (ainda vão pensar que sou alcoólica) à sombra de uma palmeira.

Lembrei-me disto porquê? Foi-me prometido 100.000 euros se calhasse 50 milhões no jackpot de hoje do euromilhões a uma pessoa que trabalha comigo, a quem eu estava a dizer precisamente isto - não gostava que me calhasse muito. Já essa pessoa gostava e esbardalhava o dinheiro todo. Venha ele, que eu venho cá contar se acontece alguma coisa às pessoas ou não.

Há que ter objetivos na vida

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Esta é a cara do mealheiro que eu e a Bolacha estamos a fazer para as férias... Há-de dar para alguma coisa, nem que seja para uns gelados numa esplanada à beira-mar.

Mesmo que não dê para muito, só de pensar nas férias e em dinheiro para estragar, perdão, desfrutar já me deixa bem disposta. E com vontade de meter lá mais um euro.

Alguém que me explique se é do feng shui do prédio

Quando saio do trabalho vou a programar mentalmente o que vou fazer quando chegar a casa, faço uma lista de prioridades, penso na roupa que vou precisar de lavar, nas refeições que preciso de fazer, se é necessário comprar alguma coisa ou não. Num instantinho, organizo a minha vida toda para o dia seguinte, faço jantar, arrumo a cozinha, se calhar ainda vou dar a volta ao roupeiro que ando a prometer - tudo mentalmente. Depois entro em casa. E como. E vou-me desconcentrando e não faço nada de jeito, acabo a noite cansada e com tudo por fazer à mesma. Será que tenho um sugador de energia à porta? (Preguiça e desorganização não deve ser)

Eles andem aí...

Eu conheço pessoas que são, vá, peculiares. Queixo-me muitas vezes do absurdo das coisas que dizem, que defendem e pergunto-me por que raio ando eu agarrada a um antidepressivo e não estas pessoas. Também costumo perguntar se sou eu que atraio esta gente mas, afinal, não. Ele andem aí e não são poucos, e calham a todos...

A minha sobrinha mais velha trabalha numa empresa de telecomunicações e está a resolver reclamações. Ontem, contava-me, por sms, a reclamação que tinha recebido, a título de desabafo (e para eu rir um bocadinho) o que vou transcrever:

"Só para te rires um bocadinho, vê esta reclamação que eu tenho de tratar: "Boa tarde. Cliente contacta e exige reclamar sobre a intervenção de instalação. Indica que tem um gato e que o gato estava quieto em cima da cama. indica que o TFS tentou por duas vezes «fazer festas» ao Gato e o gato «Bufou». Supostamente cliente indica que o TFS terá agredido o gato sem a cliente ter dado conta.Cliente levou o gato ao veterinário e tinha uma unha danificada.A mesma teve que ser removida e teve custo de 53 euros.Podem por favor acompanhar? Obrigada"

Eu chorei a rir. Mesmo. Não faço ideia de como resolveria esta reclamação. Nem sequer me aguentava sem rir se esta reclamação tivesse sido feita presencialmente.

Filosofias de bolso #1

(Suspeito que vou fazer uma longa coleção)

 

Atitudes geram atitudes, a falta delas também; Por conta disto algumas pessoas dizem adeus.
Clarisse Soares

Atitude gera atitude?

Há um tempo, numa conversa polémica que envolvia o atendimento ao público pela função pública, dizia-me a minha sobrinha mais velha que entrava sempre com um sorriso e nunca desarmava, mesmo que do outro lado estivesse a cara mais fechada do mundo, e que, regra geral, acabava por contagiar a outra parte, e provocava sempre um sorriso, ou uma gentileza. Eu, que não lido bem com antipatias, disse-lhe que não aguentava, que me estragavam logo o dia e era incapaz de continuar a sorrir feita otária. Ela insistiu que não, não devia desistir, porque atitude gera atitude, e mesmo que não conseguisse que a outra pessoa condescendesse, ela é que perdia porque tínhamos saído de lá mais satisfeitas.

A minha perspetiva é totalmente diferente, talvez por ser muito orgulhosa. Entro com um sorriso, sou educada e simpática e levo com um balde de água fria na tromba e lá se me vai a boa intenção! Sou lá capaz de continuar a sorrir (e a sentir-me tontinha)? Não. Falo o menos possível, meto o meu ar de segunda-feira de madrugada e não há cá simpatias para ninguém.

Mas estava capaz de fazer o teste, a bem da curiosidade científica. (Tenho é que comprar xanax antes...)

 

Devo ser uma seca bestial na cama

Mas as cenas sado-masoquistas tipo 50 Sombras de Grey não é mesmo a minha onda. Tive alguma curiosidade acerca do livro quando, na praia, vi uma senhora a ler, sem nunca mudar de posição ou levantar os olhos do livro, durante horas... O (suponho eu) marido bem que falava, falava, mas ela parecia hipnotizada...

Numa fnac ainda li umas páginas mas não tive paciência para mais, não gostei da escrita. As cenas de sexo não me seduziram, tudo o que mete submissão aflige-me um nadita. Mas, pronto, cada um come do que gosta e não tenho nada contra quem goste.

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