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Rir e Comer Bolachas

Trabalhar à sexta-feira é mais ou menos isto

"Exma. Senhora, envio em anexo fatura no valor de 150,00. Agradeço o envio de comprovativo de pagamento pela mesma via."

Respondo com o pagamento e digo que o email anterior não trazia o anexo. Resposta à minha resposta:

"Peço desculpa, tem razão, segue agora. O pagamento que efetuou não corresponde ao valor total, são 150€ e não 50€, penso que houve um engano"

É, portanto, mal geral.

 

Da sociabilidade no ginásio

Ontem voltei ao ginásio. Não ia com toda a alegria deste mundo mas levava uma cara mais bem disposta do que quem saiu da aula anterior (pilates), e agora que penso nisso, as caras de quem ia fazer a mesma aula que eu, localizada, era igualmente mal-encarada. Não era suposto o ginásio fazer bem ao corpitxo e à mente? Lembro-me de a minha médica me dizer que o ginásio era mais benéfico do que as caminhadas precisamente por me forçar a interagir com outras pessoas, a conhecer gente nova, estar em grupo. Claramente, ela não vai ao ginásio, ou então, tive pouca sorte no que escolhi. No ginásio, as pessoas não fazem conversa de circunstancia, fingem que não estão ali todas pelo mesmo motivo (ficarem bem boas para o verão, e se possível com mais saúde), acham-se superiores aos que acabam de chegar e desfilam roupa de marca, toda a condizer.

Ainda assim, mesmo com os músculos em frangalhos, à minha cabecita faz bem. Sempre pensei que era antipática e anti-social mas, comparando com aqueles monos, sou a miss simpatia cá do burgo. Uma reinadia.Toda dorida.

Resolução de ano novo a-atirar-para-o-tarde

Vou a um casamento em Julho de 2015 e decidi, depois de um copo de tinto (acreditem, é suficiente para ver toda uma nova perspetiva da vida em geral), que quero ir magra ao casamento. Bem, é melhor, retificar a frase. Quero ir MAIS magra, porque magra apenas é uma missão impossível.

Decisão tomada, falta o plano de ação. Esta menina aqui já experimentou algumas coisas, mais ou menos saudáveis, mas a verdade é que pouco resultou. Aliás, a bem da verdade, a única coisa que resultou comigo foi a dieta dos 31 dias. O problema desta dieta é que não acredito que seja saudável um plano que não meta fruta e sopa - um dos pilares mais importantes da minha alimentação, já que, no trabalho, os meus lanches são fruta e o jantar, mesmo que tenha outra coisa, é sempre sopa. Mas lá está, resultou. Resultou, quando caminhadas diárias e cuidado na alimentação não conseguiram. Cheguei a fazer uma dieta toda muito controladinha, com quantidades e horas, mas cedo descobri que não é para mim - sou pouco disciplinada, apetece-me tudo menos o que posso comer e há sempre exceções nas minhas rotinas, o que não combina com planos muito restritos. Queria ser uma pessoa saudável e frequento o ginásio (o que não combina com dieta dos 31 dias) e tenho uma fome de lobo. Sempre. Nada disto combina com perder peso.

Resumindo: não faço ideia de como lá chegar mas esta manhã pesava 64 kgs certinhos. Até julho quero ter menos 5. É exequível, certo? Praticamente 1 kg por mês... A ver vamos.

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As mulherzinhas

Lembro-me sempre deste livro quando as gajas da minha família estão juntas, e onde eu me incluo. Baralham-se parentescos e quem está de fora nem sempre acerta quem é quem. E quem está dentro também não. Não sei se é genético, se foi da educação, se é o resultado dos condicionantes de crescer numa família enorme, ou até de ter crescido na aldeia, só sei que as filhas são mães, as mães são amigas, as amigas são irmãs, as irmãs amigas, as sobrinhas irmãs, as tias são avós. Os problemas de uma são sofridos por todas e as preocupações são, por isso, constantes. Andamos com o peso do mundo às costas mas à vez. Quando os problemas são meus, escondo até não aguentar mais, para não preocupar, para não ser mais um peso para as outras, e sei que elas fazem o mesmo. Depois fazemos queixas, entre nós, das "outras" mas ai de quem o faça ao pé de nós! Será uma ofensa maior que a morte e jamais perdoada. Mesmo que seja tudo verdade e nós até o saibamos... Mas das nossas ninguém pode falar. Porque nem sabemos muito bem onde uma acaba e a outra começa, e é de uma parte de nós que falam. Talvez até da melhor parte. E zangamo-nos, e amuamos, e calamos coisas que temos vontade de dizer mas não queremos magoar. Outras vezes magoamos para evitar perigos maiores. Mas também rimos muito e somos felizes juntas.

Se é de doidos? É. Mas não trocava isto por nada. Porque a confusão, o barulho, escondem a maior rede de segurança que conheço. É um amor incondicional. E uma canseira do caraças.

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Prefiro viver na ignorância (mas não me deixam)

Há muitos anos atrás, a minha sobrinha mais velha não queria levantar-se da cama e preparar-se para ir à escola. A minha mãe, que a preparava para sair, na tentativa de a convencer dizia-lhe que tinha que ser, que ela tinha que fazer esse sacrifício se queria aprender coisas novas, e saber ler e fazer contas, ao que ela responde "Mas eu quero ser burra!". Lembrei-me disto hoje porque também eu queria ser burra, e já agora, não ter que me levantar tão cedo. Queria ser burra porque dispensava, de boa vontade, metade das coisas que tenho vindo a aprender. Queria ser burra porque, quanto mais das pessoas conheço, mais desalentada me sinto.

Se é verdade que a pessoa que nos tornamos devemo-lo à sabedoria que vamos acumulando, também o é que esse mesmo conhecimento não nos torna necessariamente melhores. Sou uma pessoa pior por tudo aquilo que sei, por tudo aquilo que me fizeram saber mesmo não querendo aprender. Quando digo que prefiro viver na ignorância, estou mesmo a falar a sério. E invejo os adolescentes na força que tem, na crença das suas certezas, na vontade de fazer um mundo melhor, rodeados de bons amigos (os seus, obviamente, porque são os melhores) e gente perfeita. Porque, à medida que o tempo passa e vamos entrando na vida adulta, vamos percebendo de que massa as pessoas são feitas, vamos percebendo o egoísmo e mesquinhez, a ganância, e tantas outras coisas negras. A única coisa positiva, é que as pessoas diferentes destas que descrevi antes, até brilham no meio dessa escuridão toda.

Querido Karma,

Escrevo-te hoje para te pedir que tenhas em consideração todas as coisas que faço, e fiz, bem. Mesmo aquelas que nem dei conta.

Pondera, com carinho e atenção redobrada, se a forma como me tens tratado é justa. Sim, eu sei que nem sempre sou uma boa pessoa, mas tento. Às vezes, tento, sim. Não tentei hoje de manhã quando fingi estar distraída, nem tentei ontem enquanto praguejava porque não me deixavam dormir, nem há bocado quando me pediram pela enésima vez uma coisa "com medo que me esquecesse", nem à hora de almoço quando comentei umas calças castanhas (aquilo eram collants e só se devia usar por baixo de qualquer coisa mas enfim... cada um é como cada qual e eu só tenho que enfiar a viola no saco) mas eu vou tentando. A culpa não é só minha, eu vivo rodeada de... chamemos-lhes anémonas, que despertam este meu lado rebelde, tens que perceber...

Não podes usar artilharia pesada logo no princípio do ano, isso é coisa para mandar abaixo toda a moral que nesta altura se sente.

Vamos fazer um acordo, sim? Chamemos-lhe um período de carência. Ficas só numa de observar e depois acertamos agulhas. Que tal um mesito? Hum? É muito? Pronto, quinze dias. Sempre dá para folgar as costas.

Muito agradecida.

 

Já agora...

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Quem disse que seria fácil?

Já começo a achar que loucuras tipo "passar 365 dias sem comprar um único item" é bem mais fácil que manter as minhas, tão simples, resoluções de ano novo. São duas e consiste em: 1) deixar de ser preguiçosa e meter o corpinho no ginásio e 2) parar de criticar tudo e todos. O primeiro não precisa de plano, nem estratégia, e muito menos de explicações, é ir e acabou-se. Já o segundo...

Sou uma pessoa de opiniões. Gosto de pensar sobre as coisas, observar as pessoas, estudar-lhes os gestos as palavras. E gosto de criticar. Não tenho a pretensão de querer ser melhor, ou sequer de me achar superior, é apenas um hábito que fui deixando crescer e enraizar-se e agora não me consigo livrar dele. Difícil de perceber? Na prática funciona mais ou menos assim:

(Cenário e conversa imaginários)

Alguém - Encontrei o Alberto e está bem mais magro.

Eu - Diz que trabalhar faz isso às pessoas.

 

Alguém - A Albertina vem beber café connosco.

Eu - Deve precisar de alguma coisa.

 

É basicamente isto. Não tenho nada agradável para dizer, o instinto é disparates deste género. E odeio isto em mim, aliás, odeio isto em qualquer pessoa.

2015 será o ano em que deixei de ser esta pessoinha e passei a ser uma pessoa mais tolerante.

Vamos falar de quê?

Há uns tempos vinha no carro com o meu sr. gajo e apetecia-me conversar. Tentei lembrar-me de algum assunto mas nada, só do tempo e alguma cusquice. Mas queria um assunto diferente, até podia ser fútil, mas não podia ser acerca do frio ou chuva, e muito menos das últimas parvoíces do pessoal do costume. E pensei, pensei, e nada. Até que perguntei "O que estás a pensar?" a ver se a coisa pegava por ali e já tínhamos assunto.

Quando é que me tornei esta pessoa sem assunto? Sem nada para dizer? Passo meses sem ir ao cinema, não posso gastar dinheiro em livros (isto é claramente uma desculpa esfarrapada porque ainda tenho livros por ler), só vejo programas da treta porque tudo me cansa o neurónio e em casa quero mais é vegetar até me dar o sono. Passo horas a jogar Candy Crush e as pessoas com quem trabalho (e passo todos o meu tempo) são tão... digamos diferentes, que dou por mim a ter conversas surreais. É oficial, eu estou a embrutecer. A aparvalhar. Daqui a pouco estou a fazer renda, com uma mantinha nos pés, e a fazer enxoval para os netos. Argh!

Tanto medo.

É um banho de cultura e fatores interessantes para a mesa do meio, fáxavore.