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Rir e Comer Bolachas

Para acabar bem o ano

Ainda mal passou o Natal e já anda tudo doido com a passagem de ano. "Então e as resoluções? E onde vais passar a noite? Em casa? Mas isso lá é sítio glamoroso para passar a noite? E as cuecas, são vermelhas?"

Vamos lá ver se a gente se entende: é só uma noite. A forma como vou passar a noite não vai dizer rigorosamente nada acerca de como o próximo ano vai correr. E também não tenho que decidir mudar tudo agora que o ano acaba e vai estrear um novo...

Mas depois dá-se um fenómeno comigo que é (não vá ser por causa disto que vá ter um ano de merda) junto-me à carneirada e sinto-me na obrigação de celebrar qualquer coisa, vestir umas cuecas novas, engolir as passas e esquecer-me do que quero pedir, e subir a uma cadeira, bater com tampas, ou lá o que mais fazem. Já no dia dos namorados é o mesmo - acho um dia parvo e piroso mas não quero ser anti-romance e fazer, propositadamente, nada só para não celebrar o dia.

Depois há todo o problema das superstições. Que eu não tenho. Mas não vá o Diabo tecê-las, deixa cá fazer como dizem... A bem da verdade no ano passado não vesti cuecas novas. E hão-de ter sido umas brancas-mais-que-lavadas que tinha à meia noite.

Resumindo e baralhando: passarei a noite com aqueles que amo. A comer e beber o que me apetecer. Na tranquilidade da minha casa, sem grande reboliço e a dormitar pelo sofá.

Mas vou usar cuecas novas. Só me falta decidir a cor, uns dizem que é vermelho, outros azul... Qual será a cor para um ano tranquilo, de colheita de bons frutos e com mais euros na carteira? E se tiver um arco-íris, cobre todos os desejos?

Do azedume

Qual será a linha que separa o azedume de uma visão realista? Qual será a linha que separa a impaciência da intolerância a tudo?

Não me sinto mais "ácida" que o costume, muito menos "azeda" mas os reparos continuam a chegar, o que me leva a crer que o problema não é comportamental mas de semântica. Para a próxima vou pedir para definirem azedume. Considero alguém azedo quando, sem motivos aparentes, alguém critica por criticar ou é desagradável pelo prazer que lhe causa, sem que lhe tenha sido pedida opinião ou parecer. Não é, de todo, o meu caso. Eu já não tenho muita paciência para gente pequena, não tenho mesmo, mas não me parece que o problema seja meu, ou que tenha que mudar alguma coisa. Simplesmente, aquela pessoa (ou várias) deixa de fazer parte da minha vida e eu da dela. E não vem mal ao mundo. Mal tenho tempo para quem merece, quanto mais para quem não gosto...

Talvez o meu problema seja a crítica. Critico demasiado. Alto, pelo menos. Mais vale pensar e não dizer, que não incomodo ninguém. Isto posso mudar.

Doravante, se aquilo que penso não contribuir para uma melhoria de qualquer coisa, não digo. Ou dou uma resposta politicamente correta. Assim ficamos todos felizes. Não gosto nada que me chamem azeda quando são os outros que fazem asneira atrás de asneira.

Amizades na vida adulta

Eu tinha uma teoria - não se fazem amigos na vida adulta. Porque faltava aquele "conhecimento" de uma vida inteira, do crescimento, da vivência de muitos anos, e também porque vamos ganhando defesas, calo, uma pele extra, que não nos permite aceitar pessoas novas no nosso círculo de confiança. Pois. Vai-se a ver e um dia o círculo de confiança é tão apertado que não cabe lá ninguém. E vamos abrindo o círculo aos poucos, começamos a achar que afinal há esperança na Humanidade e até há alguém com quem consigas ter uma conversa interessante e desinteressada.

Afinal é bom não ter razão. Fazem-se amigos na vida adulta, sim, e quando nem estamos à procura. G. gostei mesmo, mesmo, de te (re)conhecer!

(2014: toma lá e embrulha! )

O melhor de 2014

... é estar a acabar. Podia ter sido pior, que podia, mas não se perdia nada se tivesse sido um nadita melhor.

Não se trata de ver o copo meio cheio ou meio vazio, na verdade, não vejo copo nenhum e quero lá saber de teorias do tipo O Segredo, aqueilo que quero mesmo, mesmo, mesmo, é que 2015 seja um ano tranquilo. Que não haja montanha-russa de sentimentos. Quero chegar a dezembro do próximo ano e queixar-me da pasmaceira.

Sem ressentimentos 2014 mas pode vir 2015, e que seja um ano justo.