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Rir e Comer Bolachas

Às vezes precipito-me...

Há semanas andava a pedir férias da escola e agora o que eu queria mesmo é que ele tivesse um horário para cumprir e um lugar certo para ficar. Tenho a sensação que a minha vida é uma montanha russa, ora está em cima, ora está em baixo e, assim que me habituo à velocidade, vem mais uma reviravolta para me lixar a rotina toda.

Estava eu convencida que passava as férias do miúdo a dividir o tempo pelas avós e o que é que acontece? O meu pai tem um AVC e fica completamente dependente da minha mãe, que por sua vez, tem mais do que fazer do que ficar com o neto. Não que ele precise de muitos cuidados, não precisa, está um homenzinho (em tamanho) mas há sempre preocupações com almoço, jantar, etc. e, enquanto não houver uma rotina estabelecida para o meu pai e os seus cuidados, prefiro não sobrecarregar. Já que pouco posso ajudar, ao menos que não ajude a piorar. Temos sempre a outra avó, do lado do pai, que adora ficar com o neto mas que tenho tendência a evitar porque a senhora recebe uma reforma miserável e a vida custa a todos. Custa-me deixá-lo lá porque ela faz comida para 5 ou 6 (não vá dar-lhe a fome de leão) e isso custa dinheiro. Claro que podia dar-se o caso de eu levar comida feita mas não posso, a senhora leva a mal "porque enquanto puder, há-de chegar".

 

Ora porra para isto! Vão ser 3 meses assim. Menos os dias que vai estar comigo e depois com o pai, mas que não hão-de ser assim tantos... Cada vez que ouço falar na baixa natalidade, até se me vira o estômago. Vá-se lá perceber porque motivo os casais não têm mais, não é? Cenas... Por causa de cenas.

Já vejo a luz ao fundo do túnel (só espero que não seja o comboio)

O meu pai vem para casa na próxima sexta-feira. São boas notícias porque houve uma evolução mas espera-o uma longa recuperação, e nem se sabe ao certo se, ou o quê, vai recuperar. Eu rezo para que consiga ser autónomo outra vez, já me dava por muito feliz. Há umas três ou quatro semanas, o tema que ocupava as nossas (minhas e da minha irmã) horas de almoço era a minha mãe, a dificuldade em envelhecer, ou melhor, em convencer-se que está a envelhecer, e de repente, muda tudo. Até nós, filhos e ainda jovens, sabemos que ambos estão a envelhecer mas ainda não nos tinha caído a ficha do que isso implica. Porque a vida é mesmo assim e nós esquecemo-nos - não somos donos do tempo e as "previsões" são inúteis. As preocupações agora são outras, e mais urgentes, não há planos a longo prazo e há que manter a calma para viver a vida dia-a-dia. Parece fácil mas é o mais difícil, pelo menos, para mim, viver apenas o dia de hoje e não estar com o pensamento em ontem, ou no amanhã.

 

O que é preciso é saúde

É isto que ouvimos dos mais velhos, "o que é preciso é saúde" é remédio para tudo, e nós vamos fazendo orelhas moucas, sim, sim, saúde, mas o que eu queria mesmo era estar de férias. Ou o euromilhões. Ou que o dia passasse depressa, que hoje ando aborrecida, e que baixe a prestação da minha casa, de caminho. Vamo-nos queixando da vida, queremos melhor, queremos mais, e esquecemo-nos da saúde porque a temos. Esquecemo-nos que andamos sem ajuda, respiramos em ajuda, mexemos todas as partes do nosso corpo, mesmo que as dobradiças já comecem a ranger na cama. Acho que até é bom que assim seja, porque há-de fazer parte da vida querer sempre mais mas é bom que não esqueçamos que nos queixamos de barriguinha cheia. Porque, de facto, tudo o que é necessário é saúde, tudo o resto é acessório.

Eu também faço parte dos que se queixam, confesso, mas durante uns tempos, enquanto me lembrar que o meu pai está a convalescer de um AVC, vou apenas agradecer a sorte que tenho em levantar-me da cama todos os dias, e ver o meu filho não parar quieto, nem sossegado, nem calado, e vou gostar. Não vou queixar-me do traz e leva da escola para o treino e para casa, do tempo que passo na cozinha a fazer refeições, das idas ao supermercado, da roupa para lavar, da casa para limpar. Tudo isso é acessório. Todas essas "obrigações" podem esperar, nada disso importa quando a saúde, a nossa ou de quem é "nosso", nos foge.

Gostei do cabaz, sim senhora!

Não se pode dizer que é barato porque conseguiria mais barato no supermercado, com promoções e afins, mas também não leva ninguém à bancarrota e é tudo fresquinho. Por 7€ trouxe:

- 1 caixinha com morangos (bons mas bons e a saber a morango, que é raríssimo)

- 1 ramo de salsa (tão grande que quase meti numa jarra)

- 3 cenouras grandes (com rama ainda, e eu nunca tinha visto a rama de uma cenoura)

- 1 cougette

- 1 alho francês

- 1 molho grande de nabiças

- 1 saco com cebolas (não contei mas deviam ser 5/6)

- 1 saquinho de batatas (5/6)

- 3 laranjas

- 1 alface grande

- 1 saco com couve ripada para caldo-verde

 

Gostei, no entanto, só ontem me lembrei de uma coisa - e a fatura? Ninguém me deu fatura...