Das indecisões
Há coisas que mudaram em mim e que atribuo à depressão que "comeu" quatro anos da minha vida. Pode até não ter sido, pode ser uma marca da passagem da idade, pode ser das aventuras e desventuras que já vivi, pode ser tudo junto - e talvez até seja. Algumas coisas mudei para melhor, como ser menos impulsiva - é muito raro seguir um impulso hoje em dia, mas em outras coisas sinto que piorei, e que me condiciona mais a vida, como esta minha indecisão. Tudo o que requer decisão exaspera-me, entro em conflito comigo mesma, fico rabugenta, começo a complicar e só vejo drama. É cansativo. Para todos.
Ao passo que antes fazia primeiro e pensava depois, agora penso, penso, penso, penso, penso, penso, penso. Antes sentia cá dentro o que queria fazer, sabia-o antes de pensar e seguia a vontade - era bastante simples. Claro que, de vez em quando, era asneira certa! Agora não sei. No fundo, no fundo, bem no fundo, só existem dúvidas.
Neste momento estou aqui a consumir-me para decidir se vou de férias ou fico em casa (de férias). "E não pensaste nisso há mais tempo?" Sim, pensei, estou a pensar há dois meses...