Rir e Comer Bolachas

Dia 3

O pior até agora. Sinto muita falta de arroz, de pão.

E fazer jantar para o marido, também não ajuda, porque o gajo come que se farta, comenta que "isto tá bom!" e quando me viu (já desesperada) a comer DUAS bolachas maria, ainda remata: "mas tu não estás de dieta?!"

Portanto, a modos que isto não está fácil.

Ah, e como sou masoquista, hoje tenho um jantar de famila "cheio-de-nove-horas-ao-meio-dia".... na minha casa.

Muito bom, portanto.

Se amanhã, não parecer aqui a dar noticias, é porque me empaturrei até cair para o lado e não me consigo levantar da cama, tal é o peso da comida.

Dia 2

Tarde dificil, muita fome.

Jantar fora em casa de familiares e dieta (quase) pelo cano (das muitas iguarias, só me vendi a um doce de colher...)

O mau feitio melhorou, o que quer dizer que se calhar não é da dieta...é mesmo assim , ou como diz a minha mãe: "está na massa do sangue" 

O assunto por aqui vai ser "vira o disco e toca o mesmo".

Estou com fome, com uma vontade louca de comer doces (o que eu fazia por um snickers...) e é então que me lembro que o meu lanche é uma cenoura enrolada numa fatia de fiambre.

A sério. Isto é muito giro para se fazer trabalhando em casa mas eu agora vou sacar da cenoura, aqui, no trabalho?

Vou. A fome diz que sim e o orgulho está-se nas tintas.

Dia 1

Dificil. O corpo (mal) habituado a doces, comidinha bem temperada, bem regada e em quantidades pouco aconselhaveis, ressentiu-se. E reclamou.

mas eu fingi que não ouvi e mantive-me firme.

A Dra. Ágata, diz lá no livrinho milagroso que só vai custar nos três primeiros dias... tenho fé.

Nota: Ando desde ontem, com um feitio do catano... Deve ser efeito secundário... não é?!

Nota 2: Esta foto é de Agosto/2012. Neste momento, estou igual. O objetivo é perder volume... No final desta dieta, ou seja , daqui a 29 dias, tiro outra foto (de preferência em calções e t-shirt, tipo "antes e depois".... Ca medo.

Pois que hoje é dia de novidades aqui no blog. Minhas e da Bolacha, que anda caladinha, caladinha. Pelo menos, aqui no blog, ao vivo e a cores, ninguém a cala... Mas dizia eu que hoje é dia de novidades, porque tomámos uma decisão, a de deixar de ser popotas. Sim, já tinha(mos) decidido isso mas a verdade é que não resultou, de maneiras que tentamos novamente, agora com uma nova abordagem.

Não é uma coisa certinha e direitinha, uma parte de mim acredita que é uma verdadeira loucura, não é um plano sensato, mas é um plano. Para cumprir rigorosamente no meu caso, adaptado no da Bolacha. Se eu começar a "adaptar" é certinho que daqui a pouco só faço o que quero, já com ela diz que é diferente. A ver vamos.

Estas duas meninas começaram hoje a dieta dos 31 dias da Ágata Roquette. Basicamente e em traços largos, não vamos tocar em hidratos de carbono durante 15 dias, chamada a Fase 1. Esta manhã passou-se bem, até agora nada a registar - comi um pão escuro com fiambre de peru (único pão permitido) e leite com café, a meio da manhã uma bola de queijo flamengo light e um iogurte magro. Estou doidinha para que chegue a hora de almoço. Qualquer pessoa normal não teria vontade de comer, eu... Bem, aguento-me.:)

Gostava muito de dizer que durante o fim de semana fui fazendo alguns itens da lista mas não fiz nadinha. Nem sequer fiz qualquer tarefa doméstica, à exceção de cozinhar e arrumar a cozinha, e lavar e estender uma máquina de roupa.

O fim de semana fez-se para descansar, e eu descansei. Hoje volto à labuta.

Dia 12 foi dia de Nº 19, que não ficou totalmente feito porque meti dois itens quando não devia. A declaração dos meus pais está feita, a da minha prima nem por isso porque ainda não me entregou os papeis. Assim fiz a declaração mais trabalhosa, a outra faz-se em dez minutos ou menos.

Resta dizer que estou muito orgulhosa de mim. Ter noção de que tenho uma tarefa a cumprir, para além das obrigações habituais, faz-me mais regrada, menos descontraída. E o facto de ficar sem internet também. Como raramente vejo tv, tenho menos estímulos para dispersar a minha atenção. Estou uma senhora ( eu a CristinaS) , é o que é.

Dia 10 - Nº 23 Levar mámãe às compras.

Com tempo, com paciência e boa vontade. Sim, é uma tarefa difícil e, sempre que consigo, adio. De maneira que merece constar aqui da lista.

No entanto, convém referir que a senhora minha mãe não é um monstro. Sempre que escrevo é num tom depreciativo e não lhe faço justiça porque é das pessoas mais generosas e bom coração que conheço. O problema é que os nossos feitios chocam bastante e não vemos a vida e as pessoas da mesma forma, e tenho (temos) um sentido crítico muito apurado; quando a conversa dura mais de meia hora tem tendência a descambar.

Dia 11 - Nº 24 Limpar e arrumar o carrinho da cozinha.

Este carrinho tem as batatas, cebolas, alhos, louro, etc. E se tem dias que é uma maravilha olhar para ele, tem outros que é de bradar aos céus. E a culpa é apenas minha... Quando olhei para o carrinho, ia mandar-me ao Nº 9 por causa das receitas avulsas e vários livros que estão em cima do mesmo maaaaaaas já não podia ignorar aquilo. Estava a fazer-me muita confusão.

Nota: Eu sei que ando a acrescentar vários items e não acabo os que já lá estavam... Digamos que eu sou mesmo assim, até ganhar coragem, vou circundando, apalpando terreno, até lá chegar. Eventualmente, chegarei.:)

A idade trouxe-me muitas coisas mas a sabedoria não veio. Vieram as dores, as manias, os medos, peso mais, paciência a menos mas sabedoria zero. E a falta que me fazia. Acho muito difícil viver neste tempo, com a minha idade, e com as coisas que já sei. Vão dizer-me que a geração anterior anterior viveu tempos piores. Viveram, sim senhor. Muitíssimo piores. Os meus pais contam histórias que parecem de um passado muito longínquo, quando, na verdade, foi há muito pouco tempo. Mas eram mais felizes. Ou por outra, eram menos infelizes.

A geração dos meus pais exigiu menos da vida, acho eu, o que não os impediu de lutar para proporcionar aos filhos, e usufruirem eles mesmos, um nível de vida superior ao que tiveram, eram apenas mais felizes com as suas conquistas. Eu, agora, dou por mim a pensar em tudo aquilo que não vou ter. E não me parece que os meus pais tenham algum dia pensado assim. Não é que ande deprimida, ou pessimista, é apenas um contatar da realidade.

Por exemplo: nunca irei aos sítios que gostava de ir - Praga, Londres, Paris, Nova Iorque, Brasil, Egito, Sri Lanka, Tailandia. "Como é que sabes?" Deixa cá ver... Com o meu ordenado, teria que deixar de comer durante uns largos anos para o poder fazer. (E o que eu gosto de comer? Não fazem ideia!) E isto é um exemplo, entre muitos.

Falta-me sabedoria para saber viver feliz com o que tenho, porque não sou tolinha e sei bem que há quem viva pior. Mas gostava de viver melhor, e aquilo que já vivi até agora mostra-me que o futuro será muito semelhante (se não piorar). E não, não é pessimismo, é uma constatação, tendo em conta a minha idade, a minha realidade, a realidade do país.