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Rir e Comer Bolachas

Hoje é dia de festa!

Hoje a Bolacha Maria faz anos. Há uns anitos que anda cá a abrilhantar a vida de uma data de gente!

Ela pouco escreve, ao contrário do que lhe peço, mas tem tido muito para contar. Os últimos anos têm sido de provação, daqueles difíceis de gerir e que nos apanham sempre desprevenidos, e se há dias em que é fácil acreditar que tudo se trata de uma aprendizagem, outros há em que apetece dizer "Já chega! Deixa lá a moça respirar e levantar a cabeça!". Ela tem-no feito. Entre tropeços, cambalhotas, pinos e o catorze, ela tem andado com a vida para a frente e, batalha a batalha, tem sido um sucesso - basta olhar para a multidão que a fulana consegue mobilizar quando surge um problema, ou quando há alguma alegria a partilhar (a sério, eu fico na fila para conseguir um café ao final do dia... e, às vezes, desisto).

Muitos Parabéns Bolacha Maria, que contes muitos (e melhores) e que estejamos juntas em todos eles! Mesmo que me dês cabo dos nerves, dia sim, dia sim, não sei viver de outra maneira. Nem quero.

 

A propósito...

... de um post da Cocó, o que se passa com o mulherio? Eu sei que nunca fomos muito dadas à solidariedade entre mulheres mas, ultimamente, vejo cada coisa! Será que só somos solidárias na miséria, na desgraça? Basta dizer que batemos com o carro ou que engordámos 5 kgs aparecem logo palmadinhas nas costas e palavras de incentivo, quando alguém diz que é feliz e a vida corre-lhe bem, zás! Não prestas para nada, são só caganças, faço ideia como é em casa, isto é só o que mostram, blá, blá, blá. Mas, atenção, só vejo isto entre mulheres. As mesmas mulheres que são capazes de parabenizar um homem, e talvez sentirem-se felizes por conquistas alheias, não conseguem fazê-lo com as suas semelhantes.

Mesmo que não se dê importância, que se relativize, estas pessoas sugam energia. Há dias, principalmente se não correm de feição, em que estas pessoas (leia-se mulheres) acabam por nos deixar com a neura e sem vontadinha de coisa alguma. 

 

...

Há quase um mês que não escrevo. A última vez que escrevi aqui foi no mesmo dia, horas depois, que a minha vida mudou. Só não digo que era a vida a desafiar o que havia escrito antes porque não foi a vida que decidiu, fui eu. Pensei na minha vida durante uma semana inteirinha, não falei acerca do assunto com ninguém, deitei-me e acordei a pensar no mesmo, e durante o dia pensava também. Ouvi o coração e a cabeça, dei razão a um e a outro, às vezes a nenhum, mas, no fundo, no fundo, sabia qual era o caminho a seguir. "Quando um não quer, dois não fazem" 

Há quase um mês que não sinto. Estanquei tudo e não me deixei sentir nada, não falo sobre o assunto e não penso sobre o assunto. A minha vida permanece igual e está tudo diferente. No meu anelar já não existe anel, e já nem sequer existe a marca de dez anos. Os chinelos continuam à beira da cama porque nem sequer os vejo, entro e saio do quarto, mudo a roupa da cama e das duas almofadas, e nem sequer vejo nada. Nem na roupa lavada, que está por passar, porque sei que lá encontrarei coisas que não me pertencem.

Há quase um mês que finjo que sou de pedra, que tenho tudo definido e organizado, que não tenho dúvidas, que não tenho insónias, que não tenho medo de voltar a morrer por dentro sem que se note por fora. Tenho andado em negação, a primeira fase do "luto". Por mim, saltava já a fase da raiva, da negociação e da depressão. Não tenho a certeza de conseguir lidar com mais depressões, mais tristeza, mais isolamento, mais sofrimento, no que depender de mim, passamos já à aceitação. Venham de lá as dores, as arrumações e as perguntas de toda a gente. 

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