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Rir e Comer Bolachas

A soma de todas as coisas

Aflige-me muito a ideia de que a felicidade é algo que não se consegue atingir, que é apenas um sonho, um objectivo mas que nunca chegará a ser atingido, e que andamos na vida apenas para desfrutar de pequenos momentos, que passam e permanecem apenas na memória, até vir outro novo, que será igualmente fugaz. Eu gosto de pensar que sou feliz, que aprecio as coisas que a vida me tem dado e que, às vezes, essa felicidade atinge picos, com momentos muito bons, que se guardam como pequenos tesouros até vir um novo. Mas a felicidade está lá, implícita na rotina que me tira da cama todas as manhãs. Se podia ser mais feliz? Oh, bolas, então não podia? Podia, sim senhora. Mas não sou menos feliz por isso, apenas podia ser mais. Ou acredito que podia ser mais.

Quando ouço alguém dizer que a felicidade não existe, não consigo deixar de pensar que esse alguém deve ser muito infeliz para fazer tal afirmação. Espero estar errada.

A felicidade nada tem a ver com os dias menos bons, com arrelias que a vida traz, a felicidade é o fio condutor. É o conjunto de pessoas que nos fazem bem, é o trabalho que fazemos e pelo qual somos pagos, é deitarmo-nos na cama quentinha e afofar a almofada que é só nossa, é sentirmos água gelada do mar nos pés, são os braços que nos apertam contra o peito, é o sorriso que faz quem nos vê. Felicidade é a soma das coisas que nos fazem levantar todos os dias. E pode ser acrescentada, às vezes diminuída, mas existe, está em nós.

Karma, és tu?

Então uma pessoa vem aqui descarregar todo o seu fel, e falar de pessoas nojentinhas, com mania que são donas do mundo, feijões-frades de duas caras, lambe-botas até à última casa decimal, não consegue acabar o post e deixa-o em rascunhos, e vai-se a ver e agora desapareceu?

Pá! Tou que nem m'aguento!

Culpemos a silly season ou a minha sobrinha mais velha

A minha gaja mais velha foi uma pirosona do pior em criança - não podia passar ao pé de coisas cor-de-rosa, ou com purpurinas, ou brilhantes porque havia de querer trazer para casa. Se fosse sapatos, então, era a desgraça completa. E se fosse um par de sapatos, com tudo rosa, brilhantes e tudo incluído, então, era a loucura total! Felizmente, a idade trouxe-lhe o refinamento e o bom gosto e hoje é feminina mas com a devida contenção. Há limites que, mesmo uma lady, não deve transpor.

Pois que esta sobrinha além de ser linda de morrer, tem um jeitão para maquilhagem e decidiu profissionalizar a coisa. Resultado: aparece todos os dias com aquele ar de quem não se esforçou nada, de quem acordou assim, quando eu sei (foram muitas fraldas mudadas...) que o ar dela ao acordar é ligeiramente diferente. E uma pessoa, que sai de casa com a cara mal lavada, começa a pensar que, se calhar, devia ter mais cuidado. É  que há uns anos, quando eu era gira e magra, na casa dos vintes e pré-depressão, saía de casa também com a cara mal lavada e tinha sempre bom ar! Um ar fresco, desempoeirado e trálálá, depois veio a vida, as olheiras, a pele cansada, maus hábitos alimentares e já está! Uma pessoa vai ver e está com ar pouco saudável. Envelhecido, até. E uma pessoa olha para a sobrinha e pensa que também quer fazer um up grade. 

Surpresa das surpresas: gosto mesmo disto. Ainda estou em fase ora drag-queen, ora enfiei-a-tromba-numa-lata-de-tinta ora bêbeda-que-se-atreveu-a meter-rouge (há duas décadas que não ouço esta palavra) mas estou com fé que a hei-de acertar com a coisa, e que isto há-de parecer natural.

Aquilo que gosto mesmo, mesmo, é do ritual que guardo para mim. Dos minutos em que estou off e não penso em coisa nenhuma. Sinto que estou a cuidar de mim, a mimar-me, e é uma sensação que gosto mesmo. 

Perdoar ou não perdoar, eis a questão

A resposta não é igual para todas as coisas que preciso de perdoar, depende do sofrimento que causou, da pessoa que o fez e ainda da vontade que tenho . Se existem coisas que não consigo perdoar, existem outras que não quero, porque acho que estou a favorecer quem errou e não a minha pessoa.

Se ainda me magoa, se mexe comigo, devo perdoar para não magoar mais, certo? É isso que diz quem percebe destes assuntos, que devemos iniciar o processo de perdão que nos conduz à libertação desse sofrimento. Mas... E quando eu quero agarrar-me a esse ressentimento? Quando eu quero lembrar-me do mal que causou para que nunca mais repitam o mesmo erro? Já pensei em não perdoar como forma de represália, para não beneficiar quem errou. Eu sei que é uma forma errada de pensar mas tratam-se de sentimentos, de emoções, e esses não são lógicos, nem racionais, e era assim que se passava. Agora já não penso tanto assim, já não dói como doeu, já aceitei, mas continuo sem querer esquecer. E jamais voltaria a ser a pessoa que fui antes, a ter o mesmo nível de intimidade que tinha antes com quem me magoou. Perdoar eu consigo, e acho que já o fiz, mas não quero esquecer, nem restabelecer a relação que havia.

Felizmente, para mim, tenho poucas coisas a perdoar, não porque tenha alcançado um grande nível de maturidade ou sabedoria mas porque as pessoas que me magoaram MESMO foram poucas. O resto são pequenas coisas que ainda vou remoendo por mau feitio, ou por teimosia, ou por hábito, não por me terem afetado profundamente. Bem vistas as coisas, são ressentimentos a que me agarro por mesquinhez. Tenho que tratar disso.

Da bipolaridadezinha das pessoas

Não falo das pessoas que sofrem da doença mental, que não merecem que as misture com este tipo de gente, falo mesmo é das pessoas estúpidas, que mudam de atitude (e pensamentos, e crenças, e vontades) tal como muda o vento - sem aviso e porque sim. Estas pessoas fazem-me duvidar da minha (pouca) sanidade mental... Dou por mim a rever todos os momentos anteriores, o que disse, o que ouvi, o que se passou, na tentativa de fazer parecer lógico aquilo que vejo.

Se eu ganhasse cinco euros por cada vez que penso "E eu é que ando agarrada a comprimidos?" estava rica.

Do valor de cada coisa

Esta manhã o despertador tocou e eu parecia uma alucinada a tentar perceber o que era aquele som, quem era eu, onde estava, que dia era. Quando durmo, durmo mesmo, e ainda bem, acordei revigorada e a sentir-me gente. Uma noite bem dormida e eu sinto que tudo está bem no mundo, que o dia está maravilhoso e as pessoas são maioritariamente boas. Depois, aconteceu a vida. O mau humor de uns, a bipolaridade de outros ou a apatia, a falta de vontade em estar bem, vão contagiando o meu estado de espírito. Como dizem os brasileiros, cortando o meu barato, e eu fico duplamente mal disposta - por contágio e fula da vida por deixar-me influenciar.

Parece que é cada vez mais difícil encontrar pessoas equilibradas, minimamente de bem com a vida. Não digo que não é legítimo ter insatisfações, frustrações, dias menos bons, eu tenho e não são poucos, mas... E os outros? Os dias em que não faz vento e a temperatura está mesmo bem? Os dias em nos fazem um elogio só porque sim ou comemos o nosso prato favorito? Os dias em que acordamos sem dores e sem preocupações de maior? Será que os vivemos de forma tão acentuada como os maus? Não. Habituamo-nos ao que é bom e desvalorizamo-lo. Minimizamos o bom e damos ênfase ao mau. Possivelmente, é uma questão cultural, está enraizada na nossa maneira de ser, mas não deixa de ser triste.

Vivemos a olhar para o nosso umbigo, para aquilo que nos aborrece e esquecemo-nos de nos distanciarmos, de verificar que um mau dia é apenas um mau dia e não uma má vida. Esquecemo-nos que influenciamos os outros, à nossa volta, e que custa tão pouco fazermos melhor e fazermos bem a nós próprios, até fazendo bem aos outros.

Às vezes, para melhorar a disposição basta parar. Respirar apenas. Dar menos importância. Porque, feitas as contas, nenhum aborrecimento vale a pena.

 

Gosto de trabalhar em agosto

Primeiro, porque já fui de férias em julho. Depois, porque sei que ainda vou de férias em setembro, e com o pensamento nesse mês, agosto passa a correr. Por último, tenho a sensação de que está toda a gente de férias... O que torna o meu trabalho bem mais tranquilo, sem as "urgências" do costume e com tempo para verificar o que estou a fazer.

Se eu ganhasse uma pipa de massa...

A continuação da frase há uns tempos atrás era "... pagava a minha casa em notas de 5 euros num balcão qualquer do banco onde tenho o empréstimo." mas agora, deve ser a silly season a apoderar-se de mim, era "ia fazer uma lipoaspiração". Sim, sim, é fútil e mimimi. Quero lá saber disso. Seria muito mais fácil manter a linha, fazendo dieta e caminhadas, se a tal da linha for comprada e não suada. Estou fartinha de babar por tudo o que é comida que não como e perder 100 gramas de 15 em 15 dias. E quando aumento de peso, é logo 1 kg de cada vez! Arre, que é dose.

De modo que voluntariava-me para uma qualquer clínica que me inspirasse confiança, deixava que sugassem esta gordura das laterais do corpo, e da barriga. Isso é que era. Acho que era mais fácil fechar a boca se olhasse para o espelho e me sentisse bem com o reflexo.

Vou raspar uma raspadinha.