Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Rir e Comer Bolachas

O problema não sou eu, és tu!

Às vezes dou comigo a pensar que sou eu que ando mal, que é impossível eu estar certa e toda a gente estar errada. É que é muita gente. Mas também há dias, como hoje, que eu penso que não, não pode ser, deve ser qualquer coisa que anda no ar, ou na água que bebem, não sei, mas que as pessoas andam estúpidas, andam. São egoístas, pouco cívicas, pouco éticas, seja a trabalhar ou em rotinas diárias, seja com conhecidos ou desconhecidos. Dou um exemplo: esta manhã um homem (não, não é senhor) com idade suficiente para ter juízo, pergunta-me como está o meu pai. Respondo que está bem, que vai tudo de-va-ga-ri-nho, coisa própria desta nova condição e ele responde "Pois, olhe, mas ele já não vai recuperar nada, sabe? Com 73 anos já não vai. Se tivesse menos 10, talvez, agora assim, já não...". Eu nada disse mas pensei que ele tinha perdido uma excelente oportunidade de estar calado, e de fazer boa figura. Ele não queria saber como o meu pai estava, ele já sabia (na sua nada humilde sapiência), aliás, ele já sabe tudo, até sabe se ele recupera ou não...

E no trânsito? Porque raio aceleram os homens quando vêem uma mulher a fazer uma manobra perigosa? Sim, nós já o tínhamos visto, sim, estava calculado e foi por isso que, apesar de acelerarem, não houve acidente, porquê a estupidez?

E a trabalhar? Será mesmo possível que ande tudo tão descontente? Que seja aceitável não responderem a emails? Que seja razoável não cumprirem prazos porque sim. Andamos todos tããããão ocupados que nem uma chamada podemos retornar? É só gente importante, pá, gente que não se mistura com a plebe. Gente ocupadérrima, sei lá. Nem podem atender o t'fone.

Cagões. Míopes da cabeça.  

Também lhe podemos chamar "Cá se fazem, cá se pagam"

Aquele lugar-comum que ouvimos dos filhos crescerem demasiado depressa é verdade. Um dia olhamos para o lado e eles já estão com buço, com mau feitio, a escrever com erros ortográficos e a falar um dialeto estranho (e parvinho) e frases a acabar em ya. Oh que caraças! Eu não sei brincar a isto e tenho tão pouca paciência para achaques de pré-adolescência. A sério. É difícil olhar para a minha criatura de 12 anos e tentar lembrar-me que isto passa, que é uma fase, que estes tiques não são definitivos (e esperemos que os gostos também não). Por outro lado, o facto de andar já de olho nas miúdas não me parece que vá passar, acho até que a tendência é piorar... Já que é assim, não se pode fazer tudo às escondidas dos pais, como era antigamente? u agradecia que fosse. Sou uma grande defensora da ignorância, não preciso de saber que o puto já manda sms a dizer "Amo-te muito". Não sabendo, não preciso de fazer e/ou dizer nada, assim, estou feita. Digo-lhe o quê?

Disse-lhe para ter juízo, que não é adulto, que tem apenas 12 anos e tem que se comportar como tal. No fundo, mais devagar com o andor que o santo é de barro. E quase que aposto que ele ouviu "bla, bla, bla, bla, até amanhã"

As pessoas (estranhas) e o Facebook

A quantidade de vezes que leio, no Facebook, mensagens do tipo "Cheguei ao meu limite. Adeus a todos." é arrepiante. Das duas, uma - ou só conheço gente muuuuito estranha ou o pessoal anda a dar em coisas que não fazem rir mas atrofiam a cabecita toda. Ainda que seja apenas uma chamada de atenção (que eu saiba, ninguém se suicidou depois de alguma mensagem destas), é preocupante. Não seria melhor falar com alguém em vez de escrever tal coisa? Ou apenas dizer que se está aborrecido com a vida e não algo como deslarguem-me-qu'eu-vou-ma-eles? Em mim tem o efeito contrário, é que nem pena consigo sentir. Há gente que só vive bem sendo vítima.

Apanhar o fio à meada

O meu pai está há 15 dias numa unidade de cuidados continuados. Espera-se que esteja lá 90 dias, eu já fico satisfeita se ele se aguentar por lá uns 60... Aquele homem não nasceu para estar fechado e a alcunha dele faz sentido, embora não tenha sido essa a razão de lhe darem uma alcunha com nome de pássaro.

 

A primeira impressão que tive daquilo foi terrível, tive vontade de o trazer para casa mas não podia - é a única hipótese que tem para voltar a andar, e isso vale alguns (todos) sacrifícios. As instalações são óptimas, a equipa de enfermeiros e médicos também mas o pessoal auxiliar deixa um bocadinho a desejar, não é que façam um mau serviço (às vezes fazem) mas falta-lhes sensibilidade. Fico sempre com a mesma sensação que tenho em supermercados ou outros sítios que tal, onde sinto que sou atendida sem gosto mas por obrigação. Não é que tratem mal, é apenas não destratar. Fazer os mínimos exigidos, tipo robot e sem gosto. Não recebem um ordenado que lhes dê alento, possivelmente. Mas isso já sou eu a divagar... O que interessa é que está acompanhado, com equipamentos necessários à recuperação. E assim, os 100 kms que fazemos todos os dias para ir vê-lo parece que nem custam tanto.

À boleia da Rádio Comercial

Esta manhã falava-se na Comercial de filmes que leva(ra)m às lágrimas e ninguém mencionou o Tarzan... Como é possível? Falou-se do Rei Leão, do Mar Adentro, Doce Novembro, sei lá quantos mais mas do Tarzan ninguém se lembrou. Ninguém se emocionou quando ele se despede da mãe gorila? Hum? Pois eu chorei e não foi pouco. No cinema. Com os meus sobrinhos. Agora só vejo comédias no cinema.

 

Sou uma chorona do pior a ver filmes. Fico de tal maneira que prefiro ver sozinha se já sei que há a possibilidade de me emocionar. Esquecendo o Tarzan, um filme que me faz chorar sempre, mas sempre, é o Mar Adentro. Vi duas vezes mas não quero ver mais, por uma lado, já sei o desfecho (choro até quando o filme já acabou há uns minutos) e por outro, sei o filme de cor. A Vida é Bela também é duro e prefiro não rever, há certos assuntos que me deixam particularmente sensível. Nesta categoria dos que não quero ver está também Lado a lado. Vi há alguns anos e no dia seguinte ainda tinha os olhos inchados.

Tirando estes... São quase todos os outros que contem uma história que meta alguém doente e/ou moribundo.