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Rir e Comer Bolachas

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Há quase um mês que não escrevo. A última vez que escrevi aqui foi no mesmo dia, horas depois, que a minha vida mudou. Só não digo que era a vida a desafiar o que havia escrito antes porque não foi a vida que decidiu, fui eu. Pensei na minha vida durante uma semana inteirinha, não falei acerca do assunto com ninguém, deitei-me e acordei a pensar no mesmo, e durante o dia pensava também. Ouvi o coração e a cabeça, dei razão a um e a outro, às vezes a nenhum, mas, no fundo, no fundo, sabia qual era o caminho a seguir. "Quando um não quer, dois não fazem" 

Há quase um mês que não sinto. Estanquei tudo e não me deixei sentir nada, não falo sobre o assunto e não penso sobre o assunto. A minha vida permanece igual e está tudo diferente. No meu anelar já não existe anel, e já nem sequer existe a marca de dez anos. Os chinelos continuam à beira da cama porque nem sequer os vejo, entro e saio do quarto, mudo a roupa da cama e das duas almofadas, e nem sequer vejo nada. Nem na roupa lavada, que está por passar, porque sei que lá encontrarei coisas que não me pertencem.

Há quase um mês que finjo que sou de pedra, que tenho tudo definido e organizado, que não tenho dúvidas, que não tenho insónias, que não tenho medo de voltar a morrer por dentro sem que se note por fora. Tenho andado em negação, a primeira fase do "luto". Por mim, saltava já a fase da raiva, da negociação e da depressão. Não tenho a certeza de conseguir lidar com mais depressões, mais tristeza, mais isolamento, mais sofrimento, no que depender de mim, passamos já à aceitação. Venham de lá as dores, as arrumações e as perguntas de toda a gente. 

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